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Falência do Silicon Valley Bank é a maior desde crise de 2008 nos EUA

Autoridades dos país assumem controle do banco, que registrou maior falência desde a crise de 2008 em volume de ativos

Autoridades americanas fecharam, nesta sexta-feira (10), o SVB (Silicon Valley Bank) para proteger os depósitos de seus clientes, e vão reabrir a instituição na próxima segunda-feira sob controle federal, informaram fontes oficiais, em meio a temores de contágio dos problemas dessa entidade financeira para o restante do setor bancário.

O banco, que trabalha com o setor tecnológico desde a década de 1980, ficou, surpreendentemente, sem liquidez. O DFPI (Departamento de Proteção Financeira e Inovação da Califórnia) fechou o SVB e nomeou a FDIC (Corporação Federal de Seguro de Depósitos) como depositária dos fundos do banco, informou a agência federal nesta sexta-feira.

O DFPI “tomou posse do Silicon Valley Bank, alegando liquidez inadequada e insolvência”, assinalou a agência californiana. As 17 agências do banco reabrirão na segunda-feira sob o controle de uma nova entidade, criada especificamente pela FDIC para administrar as operações da instituição.

A curto prazo, os clientes poderão sacar até US$ 250.000 (cerca de R$ 1,3 milhão). Os clientes com mais dinheiro no banco, que são a grande maioria, foram convidados a entrar em contato com a FDIC.

O SVB é a primeira instituição com depósitos garantidos pela corporação federal a quebrar desde 2020, segundo a FDIC. Trata-se, também, da maior falência bancária nos Estados Unidos desde a crise de 2008 em volume de ativos.

A situação gera temor entre os investidores de que outros bancos possam ter problemas, em meio à escalada dos juros para conter a inflação. A decisão das autoridades protege o patrimônio dos clientes e permite ganhar tempo, a fim de encontrar potenciais compradores para os ativos da entidade em falência.

Surpresa

As dificuldades do SVB ultrapassaram as fronteiras do país e sacudiram o setor bancário mundial, que foi pego de surpresa. No fim de 2022, o banco tinha US$ 209 bilhões (mais de 1 trilhão de reais) em ativos e US$ 175,4 bilhões (cerca de R$ 900 bilhões) em depósitos, segundo autoridades.

A secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, reuniu-se nesta sexta-feira com reguladores financeiros para discutir a situação do SVB e declarou que o sistema bancário “continua sendo resiliente e os reguladores têm ferramentas eficazes para resolver este tipo de evento”, segundo um comunicado do Departamento do Tesouro.

Os quatro maiores bancos dos Estados Unidos perderam US$ 52 bilhões (cerca de 270 bilhões de reais) ontem no mercado de ações, e o movimento também afetou bancos asiáticos e europeus, que registraram fortes prejuízos em capitalização de mercado.

As dificuldades do SVB coincidiram com o anúncio, nesta semana, da liquidação do Silvergate Bank, instituição bancária particularmente ativa no setor atribulado das criptomoedas.

Desde a crise financeira de 2008-2009 e a quebra do Lehman Brothers, os bancos são submetidos a provas de resistência periódicas e têm que dar garantias aos reguladores de sua capacidade de resposta a situações de estresse. As informações são do R7.

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