Em comunicado, instituições alertam para os riscos à saúde
O julgamento referente à descriminalização do porte de drogas para uso pessoal será retomado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na tarde de quarta-feira, 6. Apenas a maconha deve ter a medida validada pelo tribunal.
No contexto da revitalização da discussão pública sobre a descriminalização da maconha no Brasil, tanto o Conselho Federal de Medicina (CFM) quanto a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) se manifestaram opondo-se à legalização da substância.
As instituições acreditam que o uso de Cannabis, mesmo com a justificativa de ser ‘medicinal’, pode representar perigos para a saúde individual e coletiva.
As instituições, em comunicado, alegaram que uma ação voltada para a descriminalização da maconha poderia eventualmente resultar no crescimento do consumo, no fortalecimento do narcotráfico e, consequentemente, na elevação dos índices de violência.
“Trata-se de uma droga que causa dependência gravíssima, com importantíssimos danos físicos e mentais, inclusive precipitando quadros psicóticos (alguns irreversíveis) ou agravando sintomas e a evolução de padecentes de comorbidades mentais de qualquer natureza, o que dificultaria o tratamento”, enumerou o documento da CFM e a ABP.
Elas ainda ressaltam que o uso de drogas contribui para um aumento na incidência de acidentes de trânsito, homicídios e suicídios, os quais estão em declínio globalmente, mas em ascensão no Brasil.
Tanto o Conselho de Medicina quanto a Associação de Psiquiatria enfatizam que não existe “experiência histórica” nem “evidência científica” que indiquem melhoria com a descriminalização de drogas ilícitas.
“Pelo contrário, é nos países com maior rigor no enfrentamento às drogas que há diminuição do número de casos de dependência química e de violência relacionada ao consumo e ao tráfico dessas substâncias”, garantem as entidades médicas.
As entidades solicitam que o Estado brasileiro implemente estratégias eficazes para combater o tráfico de drogas, expanda e aprimore a rede de apoio médico e psicossocial para os usuários.
A ABP e a CFM pedem que este assunto seja considerado com o “devido critério” e que se procurem respostas que satisfaçam as necessidades da população. As informações são da Revista Oeste.