O ex-presidente foi interpelado por repórteres sobre a estadia na Embaixada da Hungria
Durante uma coletiva de imprensa em São Paulo, na segunda-feira, 25, o ex-presidente Jair Bolsonaro solicitou aos jornalistas que “parem de persegui-lo”. Ele foi questionado por repórteres sobre sua estadia na Embaixada da Hungria em Brasília, em fevereiro deste ano, após a apreensão de seu passaporte pela Polícia Federal (PF).
“Chega de perseguir, meu Deus do céu”, disse Bolsonaro. “Dê um pouco de paz para mim. Veja o que fiz de bem no Brasil.”
Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou a Bolsonaro que esclareça o motivo pelo qual passou duas noites na embaixada. A informação desta visita foi divulgada por uma reportagem do The New York Times, na segunda-feira.
Bolsonaro informou ao Metrópoles que mantém “um círculo de amizade com alguns chefes de Estado pelo mundo”. Na segunda-feira, o antigo presidente esteve presente num evento onde a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro foi agraciada com o título de cidadã paulistana no Theatro Municipal de São Paulo. Aproveitou a ocasião para conversar com a imprensa após a cerimônia.
“Não há crime nenhum nisso”, afirmou Bolsonaro, referindo-se ao fato de dormir na embaixada. “Porventura, dormir na embaixada, conversar com o embaixador, tem algum crime nisso? Quer perguntar da baleia? Vamos falar do negócio da Marielle Franco? Passei seis anos sendo acusado de ter matado a Marielle Franco.”
BOLSONARO MANDA A REAL PARA
— Gilvan Da Federal (@GilvanDaFederal) March 26, 2024
JORNALISTAS!
Visitar uma embaixada não é crime. Dormir numa embaixada não é crime. Criminosas são as narrativas do sistema que tentou covardemente por 6 anos associá-lo a um crime bárbaro e agora faz cara de paisagem.
Assista e tire suas conclusões! pic.twitter.com/1ztU1N76WD
Bolsonaro mencionou o incidente em que está sendo investigado por “importunação de uma baleia” na costa de São Paulo, além das detenções de três indivíduos suspeitos de ordenar o assassinato de Marielle Franco (Psol).
“Vamos falar dos móveis do Palácio da Alvorada, que fui acusado de ter desviado 261 móveis”, disse o ex-presidente.
Bolsonaro aproveitou a oportunidade para mencionar algumas iniciativas de seu governo, como a implementação do Pix e a finalização das obras de transposição do Rio São Francisco, localizadas na Região Nordeste.
Os advogados de Bolsonaro refutaram a suposição feita pelo New York Times. Em comunicado, expressaram que é sabido por todos que o ex-presidente mantém uma relação positiva com o premier húngaro.
“Nos dias em que esteve hospedado na embaixada, a convite, o ex-presidente brasileiro conversou com inúmeras autoridades do país amigo, atualizando os cenários políticos das duas nações”, informou a defesa de Bolsonaro. “Quaisquer outras interpretações que extrapolem as informações aqui repassadas se constituem em evidente obra ficcional.” As informações são da Revista Oeste.