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Currículo de escolas infantis de São Paulo prevê ‘educação de gênero’

Material recebeu a aprovação do prefeito Ricardo Nunes

O currículo das escolas infantis de São Paulo estabelece a “educação para as relações de gênero” como parte da formação dos estudantes. A prefeitura do município elaborou o documento em 2022, com o aval do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

No material, os autores alegam que “o conhecimento do próprio corpo, as diferenças entre corpos de meninos e meninas deixaram de ser tabus, e os questionamentos das crianças sobre a sua origem começaram a ser tratados com maior naturalidade”.

A prefeitura acredita que as discussões sobre gênero “trazem novos questionamentos” para a educação infantil. De acordo com o documento, “romper o silêncio sobre a normatividade daquilo que podem ou não podem fazer meninos e meninas é um modo de romper com preconceitos como aqueles que afirmam que meninos são mais barulhentos e meninas mais silenciosas, que as meninas preferem brincar paradas e meninos gostam de correr”.

Segundo a prefeitura da capital paulista, “é preciso reconhecer que há muitos modos de ser menino e menina, e que essas regras não devem definir os modos como as pessoas se constituem”.

Brincadeira de menino e brincadeira de menina

Em um trecho do documento, os autores relatam o trabalho de “ressignificação” que fizeram em uma instituição de ensino:

“As crianças se reuniram para conversar sobre os espaços da unidade. Falaram sobre os lugares que gostavam ou não e sinalizavam seus motivos. Foram desafiadas pela professora a registrar seus apontamentos e propostas em forma de desenhos. Estes serviram como eixos para a reelaboração dos espaços e o início do processo de reflexão sobre a importância do olhar da criança […] Em outro momento, elas saíram pela escola para fotografar esses espaços pontuados anteriormente e ficaram ansiosas aguardando a revelação das fotos. Montaram um gráfico fotográfico, que foi explorado pelo grupo mapeando o ponto de vista de todas elas. Concluíram, então, os espaços que gostariam de modificar ou ampliar na escola: a casinha e a caixa de areia. Fizeram uma maquete com as novas propostas e encaminharam aos gestores. Durante esse percurso, os meninos votaram que não gostavam da casinha e das panelinhas, porque eram coisas de menina. Foi observado, então, que era preciso uma ressignificação do espaço e das brincadeiras consideradas de meninas, trabalhar sobre a igualdade de gênero e abolir na escola o estereótipo de rosa e roxo para objetos e brinquedos considerados de meninas. Devido a isso, construímos um espaço de casinha feito de madeira e repleto com objetos de cozinha reais”.

Na sequência, os autores dizem que “educar as crianças numa perspectiva compreensiva sobre sexualidade e gênero é construir questionamentos sobre situações do dia a dia e tomar decisões apoiadas em informações, discussões e posicionamentos”. Também afirmam que não existe mais a separação entre meninos e meninas, assim como “não há a separação de brincadeiras e brinquedos”.

Por fim, os autores fazem algumas perguntas: (1) num dia de verão, as crianças podem ficar de calcinha e cueca no pátio para tomar banho de chuva ou mangueira? (2) meninos podem ou não pintar as unhas e maquiar-se? e (3) As escolas precisam ter banheiros diferenciados para meninos e meninas? As informações são da Revista Oeste.

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