Prefeitura de Campo Alegre de Lourdes contrata Gusttavo Lima por R$ 1,3 milhão para festa da padroeira da cidade
O show do cantor Gusttavo Lima na Festa de Nossa Senhora de Lourdes, padroeira da cidade de Campo Alegre de Lourdes, na Bahia, foi contratado pela prefeitura por R$ 1,3 milhão. A cidade está localizada a 820 km de Salvador, na fronteira com o Piauí, e o evento ocorrerá no dia 9 de fevereiro.
A revolta surgiu nas redes sociais em relação ao evento, pois a cidade havia decretado estado de emergência devido à seca em setembro de 2023. A Folha de S.Paulo informou que o contrato com o cantor sertanejo foi estabelecido quase dois meses após o decreto, em 31 de outubro.
O período de duração do decreto de emergência é de 180 dias. A prefeitura, em seu anúncio, afirmou que a “estiagem” resultou em sérios danos às funções produtivas da cidade, tais como “a agricultura e a pecuária”, além de causar prejuízos ambientais e à saúde dos cidadãos.
Prefeito Enilson Marcelo (PC do B) busca justificativa para show Milionário
A explicação da prefeitura para o gasto com o show se baseou no retorno financeiro que o evento trará para a cidade de 30 mil habitantes. “A festa traz gente de 20 cidades vizinhas, atrai de 30 a 40 mil pessoas. Tudo isso gera riqueza para o município, movimenta restaurantes e atrai ambulantes”, afirmou o prefeito Enilson Marcelo (PC do B) ao jornal.
O comunista reiterou que o município mantém suas contas em dia, não há atrasos nos pagamentos dos servidores e possui o “Gestão 10”, um programa que realiza uma obra a cada 10 dias, com 90% dos recursos de investimento provenientes do próprio município. Ademais, espera-se que a festa impulsione a economia local com a circulação de R$10 milhões, sem causar qualquer prejuízo para áreas essenciais como saúde e educação.
O chefe do executivo de Campo Alegre de Lourdes informa que o decreto de emergência ainda está ativo, apesar das condições pluviométricas terem se melhorado significativamente no começo deste ano. “Estamos avaliando para tomarmos a melhor decisão [sobre manter a emergência]”, ele finalizou.