Ministro aposentado do STF alerta sobre desgaste da imagem da Corte devido a determinadas medidas
O ex-magistrado do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, classificou como “extremada” a providência tomada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, que deu o aval para uma operação da Polícia Federal (PF) direcionada ao ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores.
“Uma busca e apreensão na casa de um cidadão enxovalha o perfil dele”, observou Mello, em entrevista à revista Veja, publicada na segunda-feira 12. “Vamos apurar sem açodamento.”
“É hora de temperança”, diz Marco Aurélio Mello
Mello também afirmou que uma ação dessa natureza, “de forma muito abrangente, implica em desgaste para a instituição do Supremo”.
Conforme o ex-ministro, é hora de “temperança, de se presumir não o excepcional, mas o corriqueiro, o ordinário”. De acordo com Melo, não se pode partir do pressuposto de que “todos são salafrários”.
“No Direito, há uma máxima: o meio justifica o fim, e não o fim ao meio”, explicou o ex-ministro. “Ato de constrição, ou seja, uma medida judicial mais invasiva, não serve para saber se houve crime ou não. Ele parte de indícios de crime, indícios veementes, que devem ser indispensáveis à investigação.” As informações são da Revista Oeste.