Google e Twitter veem ordens de Moraes contra bolsonaristas como desproporcionais e citam ‘censura’

Big techs se manifestaram em âmbito de inquérito
Ministro Conduz Inquéritos Que Miram Apoiadores Do Presidente Jair Bolsonaro, Foto, Marcelo Camargo,Agência Brasil Ministro Conduz Inquéritos Que Miram Apoiadores Do Presidente Jair Bolsonaro, Foto, Marcelo Camargo,Agência Brasil
Ministro Conduz Inquéritos Que Miram Apoiadores Do Presidente Jair Bolsonaro, Foto, Marcelo Camargo,Agência Brasil

Big techs se manifestaram em âmbito de inquérito

Em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), o Google e o Twitter classificaram de “desproporcionais” as ordens do ministro Alexandre de Moraes que derrubaram perfis de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais. As big techs citaram ainda “censura prévia” no documento solicitado pelos investigadores de inquérito aberto a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). O procedimento investiga suposta organização criminosa que estaria por trás dos atos do Dia da Independência. Os protestos reuniram milhões de pessoas contra a postura adotada pelos juízes do STF.

Às vésperas do 7 de Setembro, Moraes determinou o bloqueio pelo Instagram, Youtube, Facebook e Twitter de páginas de bolsonaristas envolvidos nos protestos. Um dos alvos foi o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ), que teve sua conta no Twitter bloqueada. “Embora as operadoras do Twitter tenham dado cumprimento à ordem de bloqueio da conta indicada por vossa excelência, o Twitter Brasil respeitosamente entende que a medida pode se mostrar, data máxima venia, desproporcional, podendo configurar-se inclusive como exemplo de censura prévia”, informou a big tech, na investigação.

O Google citou o Marco Civil da Internet ao sustentar que a decisão de Moraes contém irregularidades: 1) é ilegal pedir o bloqueio de páginas em sua plataforma sem apontar conteúdos específicos — “ainda que o objetivo seja impedir eventuais incitações criminosas que poderiam vir a ocorrer, seria necessário apontar a ilicitude que justificaria a remoção de conteúdos já existentes”; 2) ao transferir para a PGR a prerrogativa para determinar o que deveria ser removido, Moraes deixa de “atender o dispositivo que exige a prévia apreciação do Poder Judiciário quanto à ilicitude do conteúdo.”

A posição das big techs foi publicada nesta terça-feira, 21, pelo jornal Folha de S.Paulo.

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