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Em 2022, Gleisi disse que Lula ia conviver com mandato de Campos Neto à frente do BC

Afirmação foi feita pela presidente do PT durante reunião realizada em abril, em São Paulo, sobre o chefe do Banco Central

No ano passado, a presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada federal Gleisi Hoffmann, afirmou em reunião que, se eleito, Luiz Inácio da Silva (PT) conviveria normalmente com Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central.

A reunião ocorreu em abril, em São Paulo, e foi promovida pelo grupo Esfera. Na época, o PT cogitava lançar Lula como candidato do partido à Presidência da República. Entre os presentes, estava Gabriel Galípolo, hoje secretário-executivo do Ministério da Economia, o número dois da pasta.

Atualmente Hoffman tem adotado postura mais crítica em relação a Campos Neto. A presidente do PT chegou a falar, inclusive, que ele atua contra o Brasil e o governo e considerou a meta de inflação atual como inexequível.

Recentemente, Lula tem travado embate com Campos Neto devido à insatisfação do presidente com a manutenção da taxa básica de juros em 13,75% ao ano, o maior patamar dos últimos seis anos. O mandato dele à frente do BC, por sua vez, vai até dezembro de 2024.

Campos Neto

Na última terça-feira (7), Campos Neto defendeu a autonomia do órgão e afirmou que quer principalmente desvencilhar o ciclo de política monetária do ciclo político, porque têm “diferentes lentes e interesses”.

“Acho que é muito importante por diferentes razões. A principal razão, no caso da autonomia do BC, é desconectar o ciclo de política monetária do ciclo político, porque eles têm diferentes lentes e diferentes interesses. Quanto mais independente você é, mais efetivo você é, e menos o país vai pagar em termos de custo-benefício da política monetária”, disse.

Segundo Campos Neto, é preciso sempre pensar em melhorar o trabalho e só criticar o legado anterior é um problema. O presidente do BC usou o exemplo da agenda de inovação, iniciada pelo ex-presidente do órgão, Ilan Goldfajn.

“Ilan está aqui, começou um grande trabalho, falando sobre inovação. Então cheguei lá, a pressão era muito grande, porque ele fez um trabalho maravilhoso e pensei: como posso melhorar o que foi feito. Um problema que nós temos é sempre criticar o legado. Nós precisamos entender que, quando chegamos a um trabalho, nós precisamos olhar o que pode ser melhorado. Não acho que você se parece melhor criticando o que foi feito.”

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