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Delator de suposta rachadinha de Janones diz que prefeita de Ituiutaba organizava esquema

Leandra Guedes era assessora do deputado quando ele estaria se apropriando de parte do salário de servidores do gabinete

Após o escândalo da alegada prática de “rachadinha” pelo deputado federal André Janones (Avante-MG), Cefas Luiz, um ex-assessor do legislador, declarou que a prefeita de Ituiutaba (MG), Leandra Guedes (Avante), que naquela época era assessora de Janones, teria sido encarregada de liderar o esquema dentro do escritório.

“Ela organizava, coordenava e fazia toda a contabilidade do esquema. Na época, um dos assessores até questionou se teria que devolver parte do 13° salário, e foi necessário entregar o dinheiro em espécie para a então prefeita”, disse.

O ex-assessor afirma ainda que Janones nunca falava do esquema em voz alta. “Você sentava em uma mesa, ele escrevia em um papel, você lia e não falava nada, e então ele jogava o papel fora.

[…] Não tenho medo desse povo. Se ele vier atrás de mim, procuro a Polícia Federal.” O ex-assessor pediu exoneração do cargo em novembro de 2022.

Cefas relatou ainda que sofre perseguição da prefeita dentro do Triângulo Mineiro desde que deixou de trabalhar para Janones. “Todo emprego que tento ela diz para não me contratarem.”

Entenda

Segundo o áudio aparentemente registrado por um ex-assessor de Janones, o dinheiro proveniente do esquema de rachadinha seria utilizado para tapar um déficit financeiro de R$ 675 mil nas finanças pessoais do político. Este alega ter vendido sua residência e veículo, além de ter utilizado suas economias e fundos de previdência para custear sua campanha eleitoral.

Durante uma conversa com sua equipe, Janones afirmou que pretendia utilizar parte do salário de seus assessores para fins pessoais, ao mesmo tempo em que reafirmou sua posição contrária à criação de cargos-fantasmas, buscando legitimar essa postura. Ele também declarou que não tem medo de perder seu mandato. “Se eu tiver que ser colocado contra a parede, não estou fazendo nenhuma questão desse mandato. Para mim, hoje, renunciar é uma coisa tão natural.” Segundo Janones, esse esquema seria “justo”.

O registro foi realizado em 5 de fevereiro de 2019 pelo profissional da imprensa Cefas Luiz durante a primeira reunião após os empregados assumirem suas funções. Conforme Cefas declarou à equipe de reportagem, o esquema funcionava no gabinete de forma mensal. Além disso, ele informou que entregaria o conteúdo ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e à Comissão de Ética da Câmara.

Resposta

Janones negou ter praticado a ação de rachadinha e argumentou que a gravação foi ilegal e criminosa, além de ter sido retirada de um contexto específico com o intuito de acusá-lo de um crime que ele nunca cometeu. “Essas denúncias vazias nunca se tornaram uma ação penal ou qualquer processo, por não haver materialidade. Não são verdade, e sim escândalos fabricados”, completa.

Além de negar ter recebido dinheiro dos assessores, Janones afirma que toparia abrir mão do sigilo bancário. “Eu não tenho o que esconder”, garante.

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