NotíciasPolítica

Gonçalves Dias ignorou alertas prévios sobre invasão ao Planalto e tentou ocultar evidências, revelam mensagens

Contradições no alerta sobre possíveis atos violentos antes da tentativa de invasão ao Planalto em janeiro.

Gonçalves Dias, que na época era o Chefe do Gabinete de Segurança Institucional, enviou um alerta à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) dois dias antes da tentativa de invasão ao Planalto em 8 de Janeiro, informando sobre a possibilidade de atos violentos. No entanto, posteriormente, Dias negou ter conhecimento do risco.

Às 8h12 do dia 6 de janeiro, GDias enviou uma mensagem ao diretor da Abin, Saulo Moura da Cunha, compartilhando uma circular de grupos extremistas. A circular continha informações relevantes. “Vamos atuar em 3 frentes […] CACs, vocês foram convocados para darem suporte aos que estão nas refinarias, distribuidoras e em frente aos Três Poderes.” Tal mensagem indicava que a manifestação poderia ter contornos graves, envolvendo colecionadores, atiradores desportivos e caçadores.

Depois de enviar um aviso, GDias não manteve contato com a Abin. O diretor da agência, Saulo Moura, alertou o general sobre possíveis invasões e violência no Congresso e em outros prédios da Esplanada dos Ministérios. No entanto, GDias só respondeu em 8 de janeiro, afirmando: “Vamos ter problemas.”

Mesmo sendo reconhecido tardiamente, GDias não utilizou o Plano Escudo, protocolo de defesa do Palácio do Planalto, resultando em uma proteção inadequada contra os manifestantes.

Adicionalmente, há indícios nas conversas entre GDias e Saulo de que o general tentou eliminar a sua presença na relação de autoridades informadas pela Abin. Quando perguntado se o seu nome poderia ser excluído dessa lista, Saulo deu uma resposta. “Claro. O senhor não era parte da operação”. GDias então pediu uma nova versão da lista, “lacrada”, para envio ao Senado.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo