Cidadão perguntou ao deputado petista José Guimarães se ele concordava com a soltura de Sérgio Cabral
O deputado federal eleito José Guimarães (PT-CE) foi confrontado por um cidadão na fila de embarque para um voo. A cena, registrada no último fim de semana, circulou nas redes sociais nesta segunda-feira, 19.
O eleitor interpelou Guimarães sobre diversos assuntos, incluindo as manifestações em frente aos quartéis e a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que tirou da cadeia o ex-governador Sérgio Cabral.
“O amiguinho Cabral foi liberado”, disse o homem. “O último preso pela Lava Jato. O que o senhor acha disso? O senhor não tem nada que dizer? O senhor é deputado, deve sua ação ao povo. É normal alguém como Cabral ser liberado pela Justiça?” O político respondeu: “O que tenho a ver com isso?”.
Em nota, a assessoria de imprensa de Guimarães informou que está trabalhando para “identificar o agressor” e para lidar com os “perfis que estão difamando a imagem do parlamentar com ataques pessoais e fake news”.
🚨Deputado José Guimarães
— Adrian chagas (@Adriano94874664) December 19, 2022
(Vulgo Capitão Cueca)abordado em aeroporto por passageiro é indagado sobre sobre vários assuntos espinhosos para o Petista, veja vídeo. pic.twitter.com/H8XLNjkEwJ
Dólares na cueca
Há 17 anos, um assessor parlamentar do petista, José Adalberto Vieira da Silva, foi preso no embarque do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com US$ 100 mil escondidos na cueca e R$ 209 mil em uma mala. O episódio levou à saída de José Genoino, irmão de Guimarães, da direção do PT.
No ano passado, o juiz Danilo Fontenele Sampaio, da 11ª Vara Federal do Ceará, reconheceu a prescrição do caso tanto para o parlamentar quanto para o assessor. O magistrado determinou a extinção da possibilidade de qualquer punição criminal, por falta de provas.
Esse caso foi parar na Justiça Eleitoral do Ceará depois que o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, declarou a incompetência da Corte para processar e julgar a ação.
O episódio, conhecido como “caso dos dólares na cueca”, ocorreu em 8 de julho de 2005, em meio aos desdobramentos do escândalo do Mensalão. Genoino renunciou à direção do PT dois dias depois da prisão de Vieira da Silva, que, na época, era assessor parlamentar de Guimarães, então deputado estadual pelo Ceará e presidente do PT no Estado. As informações são da Revista Oeste.