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Vereadora é cassada por chamar mulheres esquerdistas de cadelas

Camila Oliveira (Republicanos) aparece dublando funk ‘O proibidão do Bolsonaro’, de MC Reaça. Parlamentar chamou decisão da Câmara de Vereadores de ‘golpe’.

A Câmara Municipal de Montenegro, na Região Metropolitana de Porto Alegre, aprovou a cassação do mandato da vereadora Camila Oliveira (Republicanos) nesta segunda-feira (16), por 9 votos a zero. A parlamentar gravou, acompanhada de duas adolescentes em seu gabinete, um vídeo em que mulheres de esquerda são comparadas a cadelas.

No vídeo divulgado em uma rede social em outubro de 2022, a vereadora aparece segurando uma bandeira do Brasil. Ao lado de duas jovens e dentro do gabinete, ela dubla o funk “O proibidão do Bolsonaro”, de MC Reaça, artista que morreu em 2019.

“As mina de direita são as top, mais bela. Enquanto as de esquerda tem mais pelo que cadela. Bolsonaro salta de paraquedas”, diz a letra do funk.

A vereadora disse que apenas participou do vídeo, que teria sido idealizado pelas adolescentes. A parlamentar disse ter sofrido críticas, ameaças, xingamentos, calúnias, injúrias e difamações após a repercussão do caso.

Esta é a primeira vez em 150 anos que um parlamentar de Montenegro sofre pedido de impeachment. O município já passou por dois processos de cassação, ambos de ex-prefeitos. Paulo Azeredo (PDT) e Luís Américo Alves Aldana (PSB) tiveram seus mandatos cassados em 2015 e 2017, respectivamente.

Com a cassação, assume o suplente Cristian Souza, eleito também pelo Republicanos. Souza fez 506 votos nas urnas. Ele já havia assumido a cadeira por um breve período de licença de Camila.

“Me coloco à disposição da comunidade, dos colegas vereadores e do Executivo. Vocês vão ter um parceiro para trabalhar por nossa cidade”, declarou Souza no ato de posse.

Nota de Camila Oliveira

“Foi uma perseguição absurda que sofri, devido a ser uma mulher, por fazer uma paródia de uma música que faz parte da cultura popular que é o funk, fui discriminada e sofri um golpe daqueles que não suportaram ver o meu trabalho. O crime de perseguição a uma mulher parlamentar que não usurpou dos recursos públicos, que se doou para a sociedade montenegrina e o os colegas não suportaram ver o quanto a população estava satisfeita com minha dedicação.”

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