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Jornalista da BBC é ‘espancado e detido’ pela polícia da China durante protestos

A emissora britânica classificou a situação como ‘muito preocupante’

A rede britânica BBC afirmou nesta segunda-feira, 28, que um de seus jornalistas — Edward Lawrence — foi espancado e detido por policiais chineses durante algumas horas no domingo 27, enquanto fazia a cobertura de protestos em Xangai. Para justificar a prisão, o governo da China disse que Lawrence não apresentou suas credenciais de imprensa. Outro jornalista, da Suíça, também foi preso pelo governo chinês.

Centenas de chineses saíram às ruas para protestar contra as duras regras da política de covid zero, que, ao contrário de todo o mundo, ainda impõe confinamentos de cidades inteiras e torna obrigatória a realização de testes em massa.

Lawrence estava gravando imagens da multidão na Wulumuqi Middle Road quando foi preso. Imagens compartilhadas nas mídias sociais mostraram vários policiais agarrando o jornalista e segurando-o no chão.

A BBC disse que ele foi espancado e chutado por policiais e depois levado algemado e afirmou que “é muito preocupante que um de nossos jornalistas tenha sido atacado dessa forma enquanto cumpria suas funções”. Em comunicado, disse não ter recebido uma explicação ou pedido de desculpas oficial da China, “além de uma alegação dos funcionários que mais tarde o libertaram de que o prenderam para seu próprio bem, caso ele pegasse covid na multidão”. “Não consideramos esta uma explicação credível”, afirmou a BBC.

Lawrence retuitou a declaração da BBC nesta segunda-feira e acrescentou que estava ciente de que pelo menos uma pessoa foi presa enquanto tentava impedir que ele fosse espancado. “Eu soube que pelo menos um cidadão local foi preso, depois de tentar impedir a polícia de me espancar. Muito obrigado pelas amáveis palavras e mensagens de preocupação”, escreveu.

A versão da polícia chinesa

Várias pessoas foram presas por participar dos protestos, que começaram depois que um incêndio na região oeste de Xinjiang matou dez pessoas na semana passada. Muitos acreditam que os moradores não conseguiram escapar do incêndio em uma torre de apartamentos fechada na cidade de Urumqi por causa das restrições da covid, versão que as autoridades chinesas negam.

Em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China não abordou a violência policial nem a prisão de um jornalista estrangeiro credenciado. “Com base no que soubemos das autoridades de Xangai, ele não se identificou como jornalista e não apresentou voluntariamente suas credenciais de imprensa”, disse o porta-voz Zhao Lijian.

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