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Investigação aponta conexão financeira do PCC e do Comando Vermelho dentro da PGR

Analista da Procuradoria-Geral da República é apontado com integrante do núcleo de quadrilha que importava armamento da Europa via Paraguai

A investigação da Polícia Federal, conhecida como Operação Dakovo, foca em indivíduos associados ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV), e tem como objetivo principal um funcionário da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Wagner Vinicius de Oliveira Miranda, um analista processual, é suspeito de ser parte do grupo financeiro da quadrilha que foi desmantelada pela operação da Polícia Federal.

Investigadores estão examinando transações suspeitas entre uma empresa em que o proprietário é um sócio e uma organização que possui contas utilizadas para receber dinheiro proveniente de armas e drogas. Essas contas são gerenciadas por Angel Antonio Flecha Barrios, acusado de ser o intermediário da gangue que atua na região de fronteira entre o Brasil e o Paraguai.

Barrios fornecia armas de alto calibre, como pistolas e fuzis, além de munições, para as principais organizações criminosas do Brasil.

Servidor suspenso da PGR

A ordem da Justiça Federal da Bahia foi para que a Polícia Federal fizesse uma busca na residência de Miranda. Além disso, foi estabelecido que ele fosse removido temporariamente do cargo que ocupa na PGR por um período de 30 dias, com a proibição de usar sistemas internos ou externos.

A Justiça entendeu que a medida era necessária uma vez que Miranda “livre acesso a sistemas e dados internos, podendo, eventualmente, acessar informações sensíveis relacionadas à operação”.

O funcionário do Tribunal Regional Federal da 1ª Região possuía registro ativo em todos os sistemas da instituição e era capaz de visualizar todos os processos, inclusive os que haviam sido categorizados como confidenciais.

Miranda é citado como integrante de um grupo de pessoas que “figuram nos comprovantes de depósitos e que permitiram o uso de suas contas bancárias para o recebimento de pagamentos de armas e drogas por parte de criminosos no Paraguai”, segundo a Polícia Federal.

Após a análise de dados de Barrios, que é responsável por fornecer armas ilegais importadas da Europa para grupos criminosos como o Primeiro Comando da Capital e o Comando Vermelho, o servidor começou a ser investigado pela Polícia Federal por ter seu nome relacionado ao caso.

Fornecedor do PCC e do CV

Segundo os investigadores, Barrios é um líder importante do grupo de intermediários da organização criminosa, responsável por entrar em contato com os compradores, transportar as armas e drogas e facilitar a entrada das armas no país através da fronteira com o Paraguai.

A Polícia Federal investiga a possível participação de Miranda em uma transação financeira relacionada a Barrios. O funcionário da PGR é proprietário de duas empresas, a Steak House Restaurante e a Bravoshop, que são sites de comércio eletrônico.

Segundo as investigações, a Bravoshop seria uma empresa de fachada, “sem empregados registrados e sem funcionamento no endereço constante nos seus registros cadastrais”.

Ambas as empresas de Miranda foram registradas com o mesmo endereço de e-mail e número de telefone, e também foram abertas simultaneamente.

As informações ganharam importância após a polícia federal examinar os dados armazenados na nuvem de Barrios.

De acordo com a Polícia Federal, as transferências de R$ 100 mil e R$ 50 mil feitas por Miranda para a empresa Bravo Brasil – Iphones, que é utilizada por Barrios, foram incluídas no Relatório de Inteligência Financeira. Essas transferências foram realizadas em dinheiro nos dias 20 de julho e 24 de outubro de 2022 e levantaram suspeitas de lavagem de dinheiro. As informações são da Revista Oeste.

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