Gol considera pedir recuperação judicial em um mês

Dívida da Gol atinge R$ 20 bilhões e coloca em risco a capacidade de pagamento da empresa
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Dívida da Gol atinge R$ 20 bilhões e coloca em risco a capacidade de pagamento da empresa

A Gol está considerando solicitar a recuperação judicial nos Estados Unidos dentro de, no máximo, um mês. Segundo fontes envolvidas nas discussões, recorrer ao Capítulo 11 da lei de falências dos EUA é mais benéfico do que solicitar recuperação judicial no Brasil, pois proporcionaria, por exemplo, maiores oportunidades de financiamento internacional.

A empresa continua utilizando as próximas duas semanas para tornar possível um plano de reorganização de dívidas entre as partes interessadas e fora do âmbito judicial. Contudo, essa alternativa vem se tornando impraticável devido à diversidade de interesses em jogo. Existem credores financeiros, lessores (aqueles que alugam aeronaves) e stakeholders (investidores que possuem títulos de dívida da empresa).

Indivíduos envolvidos nas discussões argumentam que a melhor opção é iniciar um processo no Tribunal de Falência de Nova York, principalmente porque as normas lá são previsíveis.

Arrendadores preferem realizar negociações nos EUA pois, de acordo com eles, uma recuperação judicial no Brasil só permite prever o início, nunca o desfecho.

Embora tenham essa visão, eles acreditam que existe um risco, pois, ao contrário da Latam, a Gol tem uma operação menos estabelecida nos EUA. O processo poderia ser rejeitado, o que faria a empresa investir mais tempo e recursos para, no final, iniciar um processo no Brasil.

Diversos advogados e consultores foram contratados. A Abra, a empresa controladora da Gol, que é o resultado da fusão entre a empresa brasileira e a colombiana Avianca, contratou os serviços do escritório Pinheiro Guimarães Advogados.

A empresa de aviação recebe apoio do New Bank, Lefosse e TWK. No final do último ano, também contratou os serviços de consultoria da Seabury Capital, uma das líderes em reestruturação de dívida no segmento de aviação.

A principal responsabilidade da Seabury é encontrar uma solução com aproximadamente 25 arrendadores de aviões para renegociar a dívida financeira.

Segundo agências de risco, a dívida da Gol é estimada em R$ 20 bilhões, dos quais aproximadamente R$ 3 bilhões são devidos a curto prazo (dentro de um ano). Contudo, fontes familiarizadas com as negociações indicam que a empresa não possui fundos suficientes para cumprir esses compromissos financeiros.

Afirmam que a questão com a Gol não é de natureza operacional, já que os resultados têm sido positivos. Contudo, a empresa não possui garantias suficientes para a substituição de toda a sua dívida pendente. A maior parte dos seus ativos foi comprometida no acordo que levou à formação da Abra.

Por isso, também se discute que a própria holding abra o processo de recuperação nos EUA.

Se for confirmado, a Gol seguirá os passos da Latam. Em maio de 2020, a concorrente recorreu ao Tribunal de Falências de Nova York (EUA). Em 2022, finalizou seu processo de reestruturação.

Massificação

Através de sua equipe de comunicação, a Gol declara que continua trabalhando para aumentar seus lucros, fortalecer suas finanças e, a longo prazo, estabelecer-se como a empresa que tornou o transporte aéreo mais acessível no Brasil.

Por isso, informa que está em conversas com os seus investidores financeiros (credores) sobre várias alternativas que proporcionem maior flexibilidade financeira, incluindo capital extra para financiar as operações.

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