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Fazenda modelo da Embrapa que pode valer 50 milhões será entregue oficialmente ao MST

MST ficará definitivamente com mais de 600 hectares de terras agrícolas da Embrapa em Ponta Grossa

No próximo sábado (16), mais de 600 hectares de terras de alta aptidão agrícola de uma fazenda modelo experimental da Embrapa, localizada em Ponta Grossa, serão definitivamente transferidos para o Movimento dos Sem-Terra (MST).

O partido do governo, o PT, está organizando uma celebração para comemorar a transformação oficial da “comunidade camponesa Emiliano Zapata” em um assentamento da reforma agrária. A antiga fazenda da Embrapa foi ocupada por 160 famílias em maio de 2003, no começo do primeiro governo de Lula. Logo após a ocupação, um acordo foi alcançado entre o Incra e a Embrapa para que a área pudesse acomodar temporariamente os militantes do MST que estavam vivendo às margens das estradas.

O que inicialmente era temporário, no entanto, tornou-se permanente. Em um acordo feito no âmbito do governo federal, a Embrapa acabou vendendo a área de 633,25 hectares ao Incra dois anos mais tarde, por R$ 5,45 milhões, em títulos da dívida agrária (TDAs).

Fazenda pode valer hoje R$ 50 milhões

Segundo o mapa de preço de terras da Secretaria de Agricultura do Paraná, o valor atual desta mesma área está entre R$ 40 e R$ 50 milhões (informações de 2023).

A apenas 20 km do perímetro urbano de Ponta Grossa, na rodovia do Talco e próximo ao Parque do Botuquara, o imóvel pode possuir um valor adicional. Um pesquisador da Embrapa de um estado diferente expressou à Gazeta do Povo: “É a Embrapa entregando áreas de graça, e, por outro lado, pedindo orçamento para o Parlamento. Pode acabar acontecendo o mesmo em outras fazendas da instituição. Estão premiando os invasores”.

A presença do ministro do Desenvolvimento e Assistência Social e Combate à Fome, Wellington Dias, foi confirmada para a festa de inauguração do novo assentamento. Ele deverá participar de um almoço comunitário, que será animado por música dos grupos Solidum e Gaita Fandangueira.

No ano passado em abril, uma outra unidade de pesquisa da Embrapa em Pernambuco foi invadida pelos sem-terra. Após dois dias, os invasores abandonaram o local. A invasão foi considerada um equívoco pelo líder do movimento, João Pedro Stédile, em seu testemunho à CPI do MST. Contudo, ele defendeu a ação como um meio de “chamar a atenção pública”. As informações são da Gazeta do Povo.

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