Grupo Suíço Confessa Participação em Fraude de Corrupção Ligada à Petrobras

Ação criminosa teria ocorrido por ao menos uma década, afirma direção da Trafigura

A Trafigura, uma das principais empresas de negociação de commodities do mundo, de origem suíça, admitiu culpa em acusações vinculadas a um esquema de corrupção envolvendo autoridades brasileiras e a Petrobras, conforme divulgado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ) na quinta-feira, 28. A empresa europeia alegou que a atividade criminosa durou mais de dez anos.

O processo alega que a Trafigura subornou membros do governo brasileiro durante os anos de 2003 a 2014 para assegurar acordos com a Petrobras, conforme informado pelo DoJ. Nesse período, a empresa petrolífera brasileira estava sob a liderança de indicados pelos petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

A firma da Suíça acordou um pagamento de US$ 126 milhões para finalizar as apurações do departamento dos Estados Unidos.

“A declaração de culpa de hoje ressalta que, quando as empresas pagam subornos e prejudicam o Estado de direito, enfrentarão sanções significativas”, afirmou a chefe da divisão Criminal do DoJ, Nicole Argentieri. Ela enfatizou que o departamento determinado a combater práticas de suborno e a responsabilizar os que violam a lei.

O Caso Trafigura: Acusações e Possível Envolvimento da Petrobras

A alegação é de que a Trafigura teria obtido um lucro aproximado de US$ 61 milhões através de um esquema de corrupção internacional. Segundo o comunicado, a partir de 2009, a empresa e seus associados acordaram em realizar pagamentos de suborno de até US$ 0,20 por barril de produto de petróleo comercializado entre a empresa e a Petrobras.

Os participantes teriam camuflado os pagamentos de “suborno” através de empresas fantasmas, direcionando as transações por intermédio de intermediários que utilizavam contas bancárias “offshore” para repassar o dinheiro às autoridades brasileiras. As informações são da Revista Oeste.