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Supremo discute regulação na internet; Moraes diz que redes sociais ‘destroem dignidades’

Debate será retomado na tarde desta terça-feira (28) com outros expositores; segundo Moraes, modelo atual é ‘ineficiente’

O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a discutir nesta terça-feira (28) com integrantes do governo as regras do Marco Civil da Internet. Os temas são a responsabilidade de provedores de aplicativos e a possibilidade de remoção de conteúdos que possam ofender direitos, incitar o ódio ou difundir notícias falsas a partir de notificação extrajudicial. A discussão será retomada à tarde.

Na audiência da manhã, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que o modelo atual é “ineficiente” e “destrói reputações e dignidades”.

“Faz e fez com que houvesse um número de aumento de depressão de adolescentes, suicídio, sem contar a instrumentalização que houve no dia 8 de janeiro. Modelo falido, o modelo atual. E não é no Brasil, é no mundo todo. Não é possível continuarmos achando que as redes sociais são terra de ninguém”, disse.

O debate também continuará durante a manhã desta quinta-feira (29), com a presença de representantes da Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel) e outras entidades do ramo, como a Associação Brasileira de Centros de Inclusão Digital e Associação Nacional dos Editores de Revistas. Todos os expositores têm um tempo de fala e, ao final da audiência, o STF deve marcar o julgamento das ações que tramitam na Corte.

O tema é discutido em duas ações. Em uma delas, de relatoria do ministro Luiz Fux, é analisado o dever de empresa hospedeira de sítio na internet de fiscalizar o conteúdo publicado e de retirá-lo do ar, sem intervenção judicial, quando for considerado ofensivo.

Em outra, relatada pelo ministro Dias Toffoli, se discute a constitucionalidade de regra do Marco Civil da Internet que exige ordem judicial prévia e específica de exclusão de conteúdo para a responsabilização civil de provedores, hospedeiros de websites e gestores de aplicativos de redes sociais por danos decorrentes de atos ilícitos praticados por terceiros.

Toffoli afirmou que a regulamentação deu margem a inúmeras novas discussões. “O Marco Civil da Internet estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil, a par de fixar as diretrizes para atuação da União dos estados, do Distrito Federal e dos municípios em relação à matéria”, disse Toffoli.

Plataformas

Rodrigo Ruf, advogado do Facebook, lembrou que retirou do ar centenas de conteúdos, como 135 mil anúncios de natureza eleitoral e 3 milhões de conteúdos no Instagram e no Facebook com discurso de ódio entre agosto de 2022 e janeiro de 2023. “Não há anonimato na internet. Mais pode ser feito, reconhecemos. A meta está comprometida”, disse.

Pela Google, o advogado Guilherme Cardoso Sanchez afirmou que há um grande desafio pela frente, mas que há como se evitar a tentação das soluções simplistas, como essa ideia de que seria possível melhorar o ambiente digital no Brasil impondo mais responsabilização às plataformas.

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2 Comentários

  1. O que destrói um país e prender pessoas sem o devido precessão legal e ministros do supremo dando entrevista ou falando em seminários como se políticos fossem. Isto sim destrói a dignidade de um povo inteiro.

  2. O que destrói a dignidade é ameaçar o povo para que ninguém possa nem pensar contra certos políticos imundos, bandidos e ladrões. O que destroem a dignidade é tirar da cadeia todos os bandidos e criminosos e mandar prender as pessoas trabalhadoras e honestas sem nem dar satisfação.

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