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Lira, sobre voto no STF: ‘Teremos visibilidade sem saber como estão votando?’

“A sociedade não tem que saber como vota um ministro da Suprema Corte”, declarou o petista

Na terça-feira, 5, Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, respondeu a um comentário feito por Luiz Inácio da Silva. O ex-presidente havia defendido o voto secreto para os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Inicialmente, o deputado alagoano disse que é “difícil” avaliar os posicionamentos de “outras pessoas” sem ter conversado com elas antes. Depois, contudo, mencionou que há posicionamentos de “muitos juristas” contra a declaração do presidente.

“No Brasil, já temos uma Suprema Corte com muita visibilidade”, explicou Lira. “Agora, vamos ter muita visibilidade sem saber como estão votando? O princípio da transparência, que é tão exigido, vai ficar ofuscado. Mas longe de mim saber quais são os motivos que foram tratados para dar uma declaração como essa.”

Lula e o voto secreto no STF

Mais cedo, o presidente defendeu o voto secreto para os ministros do Supremo. A medida seria uma forma de evitar críticas em razão dos votos, segundo o petista.

Durante a transmissão ao vivo semanal Café com o presidente, Lula comentou sobre as críticas que seus aliados fizeram ao ministro Cristiano Zanin, que foi o primeiro indicado pelo político para o STF durante seu mandato atual. Apesar disso, Lula não mencionou diretamente seu ex-advogado durante a transmissão.

“A sociedade não tem que saber como vota um ministro da Suprema Corte”, declarou o petista. “Não acho que o cara precisa saber, votou a maioria, não precisa ninguém saber. Porque aí cada um que perde fica com raiva, cada um que ganha fica feliz.”

Com o voto secreto, o presidente pretende preservar os ministros das críticas. “Para a gente não criar animosidade, eu acho que era preciso começar a pensar se não é o jeito da gente mudar o que está acontecendo no Brasil. Porque do jeito que vai daqui a pouco um ministro da Suprema Corte não pode mais sair na rua, passear com sua família porque tem um cara que não gostou de uma decisão dele.”

A sugestão de Lula contraria frontalmente a Constituição Federal. A publicidade dos atos públicos é um princípio constitucional, estabelecido no artigo 37. Além disso, a legislação processual prevê que o sigilo das decisões judiciais é exceção para casos previstos em lei. A regra é a publicidade e transparência. As informações são da Revista Oeste.

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