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Jornalista russa que desafiou Putin é hospitalizada na França com suspeita de envenenamento

Jornalista russa que denunciou invasão da Ucrânia relata possível envenenamento

A jornalista russa Marina Ovsiannikova, que ficou conhecida por interromper um programa ao vivo na TV russa para denunciar a invasão da Ucrânia, relatou nesta quinta-feira (12) um possível envenenamento.

Segundo a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), Ovsiannikova começou a passar mal após tocar na maçaneta da porta de sua casa na França. Ela alertou a polícia para a presença de pó branco na grade.

“Temíamos por Marina Ovsiannikova e foi levantada a hipótese de envenenamento, o que não foi descartado, mas ao contrário do que foi divulgado pela imprensa, Marina não declarou ter sido envenenada”, informou o secretário-geral da RSF, Christophe Deloire.

Deloire disse que o Ministério Público de Paris abriu uma investigação sobre suspeita de envenenamento. Ovsiannikova continua sob supervisão médica e seu estado de saúde tem melhorado progressivamente.

Em março de 2022, Ovsiannikova interrompeu as transmissões da TV russa com uma faixa de protesto contra a invasão da Ucrânia. Ela foi multada em 30.000 rublos (cerca de R$ 2.550) por “organizar um evento público sem autorização” e demitida da emissora.

Em outubro de 2022, um tribunal russo condenou Ovsiannikova à revelia a oito anos e meio de prisão por “divulgar notícias falsas” sobre as Forças Armadas russas.

A jornalista fugiu da Rússia em outubro de 2022 com a ajuda da RSF. Ela atravessou a fronteira da Ucrânia a pé, entrando em uma floresta.

“Tivemos que ser guiados pelas estrelas e foi um verdadeiro desafio”, disse Ovsiannikova em uma coletiva de imprensa. “Estávamos nos escondendo das luzes dos guardas de fronteira e dos tratores que circulavam, mas finalmente conseguimos e chegamos à fronteira.”

Ovsiannikova, que tem dois filhos, disse que resistiu em deixar a Rússia. “Ainda era meu país, embora os criminosos de guerra tivessem tomado o poder, mas não me deram escolha: era a prisão ou a emigração”, afirmou.

“É claro que temo pela minha vida. Toda vez que converso com meus amigos na Rússia, eles dizem: ‘O que você prefere, Novichok, polônio ou um acidente de carro?’”, disse ela, referindo-se aos diferentes métodos de assassinato supostamente usados ​​pelos serviços de segurança russos.

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