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Petista investigado por elo com PCC assume comissão da Câmara de São Paulo

Senival Moura é suspeito de envolvimento na ‘máfia dos transportes’ na capital paulista

O vereador Senival Moura (PT), investigado por suposto elo com criminosos do Primeiro Comando da Capital (PCC), foi eleito para assumir a Comissão de Trânsito, Transporte e Atividade Econômica — uma das principais da Câmara de São Paulo. A votação foi unânime. Qualquer assunto relacionado à área de transportes na capital paulista passa pela comissão — ou seja, o presidente que decide quando colocar o tema em discussão.

Em junho do ano passado, o vereador entrou na mira da Polícia Civil em uma investigação para apurar a participação do crime organizado no transporte urbano da capital paulista, que ficou conhecido como “máfia dos transportes”. Entre as empresas alvo da operação está a TransUnião, que atua na Zona Leste. Moura é um dos fundadores da companhia.

Conforme as investigações, a TransUnião “era utilizada para a lavagem de dinheiro de membros do PCC”.

A empresa possui contrato com o município. Em média, 315 mil passageiros dependem do serviço, que atende a 49 linhas com uma frota de 564 veículos. A TransUnião recebe atualmente da prefeitura de São Paulo cerca de R$ 100 milhões por ano — o total do contrato de concessão, válido por 20 anos, é de cerca de R$ 2 bilhões.

Irmão de Senival, ex-deputado foi expulso do PT

Senival é irmão do ex-deputado estadual Luiz Moura, expulso do PT em 2014 após ter sido flagrado pela Polícia Civil em uma reunião em que, segundo a investigação da época, havia membros do PCC. O deputado negou qualquer ligação com a facção criminosa. Diversas investigações do Ministério Público de São Paulo apontaram ligações entre a organização criminosa e o transporte clandestino na cidade.

Pedido de CPI

Ainda no ano passado, na esteira das investigações da Polícia Civil, o então vereador delegado Palumbo (MDB), hoje deputado federal, protocolou um pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) “para investigar todas as empresas que prestam serviço de transporte” na capital paulista.

Na época, o vereador defendeu a apuração de eventuais irregularidades nos contratos de prestação de serviços e identificar eventuais pessoas envolvidas direta ou indiretamente com essas empresas, entre outras suspeitas.

Porém, o pedido não foi para frente. Eram necessárias 19 assinaturas de um total de 55 vereadores. Apenas os vereadores Fernando Holiday e Sonaira Fernandes, ambos do Republicanos, assinaram. “O resto não quis assinar por medo de represália política ou do crime”, disse o delegado Palumbo, que definiu a escolha do vereador para chefiar a comissão como “absurdo”. As informações são da Revista Oeste.

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