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Filha do cirurgião de Bolsonaro faz desabafo emocionante

Texto foi enviado para Felipe Moura Brasil, colunista do UOL

Beatriz Macedo Lopes, filha do médico-cirurgião de Jair Bolsonaro, Antônio Luiz Macedo, enviou uma carta para Felipe Moura Brasil, colunista do UOL. No texto, ela faz um desabafo a respeito do que tem sido veiculado sobre seu pai e a saúde do chefe do Executivo.

– Desculpe incomodar, Felipe. Meu pai é o médico do Bolsonaro e estão mentindo e falando um monte de absurdo a respeito dele e isto é muito injusto. Votei no presidente, me decepcionei e não apoio mais, mas, independentemente de política, aprecio caráter e sei que você é bom caráter, então vou lhe escrever, porque é muito cruel mentirem. Aprecio seu trabalho e gostaria de lhe passar a versão real dos fatos – disse ela ao colunista.

Na carta, Beatriz diz que a facada sofrida por Bolsonaro foi real. Ela destacou ainda que seu pai faz desde cirurgias simples até complexas.

– Meu pai, Dr. Antônio Luiz Macedo, é médico e faz desde cirurgias simples, como apendicite e vesícula, até complexas, como câncer do aparelho digestivo; mas ele não é um oncologista e, sim, um cirurgião gastroenterologista. A facada, como você sabe, foi real e causou sequelas que provavelmente acompanharão Bolsonaro pelo resto da vida. As cirurgias foram complexas e, por muito pouco, ele conseguiu retirar a bolsa de colostomia, mas sobraram inúmeras aderências que eventualmente causam suboclusão intestinal, obstrução, então de fato ele passou mal: não é um atestado médico, é real. O presidente teve de ser sondado (sonda nasogástrica) e se encontra em tratamento clínico e observação para ver se o intestino volta a funcionar sozinho. Não se sabe ainda se precisará de uma nova cirurgia, mas meu pai acredita que provavelmente não. Em casos como o dele, são comuns estas suboclusões e provavelmente se repetirão.

Ela também relatou parte da trajetória pessoal e profissional do médico-cirurgião.

– Meu pai sofreu um acidente com 12 anos e teve uma paralisia facial. Ele sofreu muito e é um vencedor, alguém que se fez sozinho na vida. Faz em média 600 cirurgias por ano, opera pessoas de graça também e tudo que conquistou foi por mérito dele. É um workaholic que sacrificou a vida e o convívio conosco pela profissão. Não tira férias e às vezes viaja na semana de Ano Novo para descansar, está sempre 24 horas no hospital, sai de casa às 6h da manhã e volta meia-noite/1h de domingo a domingo. Ele não descansa, trabalha direto a semana inteira. Viajou com o dinheiro dele, não do governo, nunca utilizou verba pública, nunca recebeu favor algum do governo. É um cidadão sério que estava em Nassau, Bahamas, Caribe, e de lá não saem voos todos os dias, só às terças e quintas. Como era urgente, ele precisou sair na terça de lá, então o hospital em que ele trabalha enviou o avião para buscá-lo. Não foi avião da FAB, não foi avião pago pelo governo, nada disso. Meu pai tampouco estava nas Maldivas, nem no prostíbulo Bahamas. Pagou a viagem a Nassau com o dinheiro dele, como fez e faz em tudo na vida. Aliás, eu que organizei esta viagem.

– E meu pai teve que voltar porque foi ele o cirurgião que mexeu na barriga do Bolsonaro, que é uma barriga difícil em virtude da facada e de todos os procedimentos posteriores a que ele foi submetido. Então, caso se tornasse cirúrgico, nenhum assistente dele que estava aqui se sentiu apto a operar, a cuidar do presidente sem meu pai. Foi isso; não existe qualquer mentira ou segredo; tem exames, laudos, tudo das cirurgias. Um detalhe: o voo dele foi São Paulo/Panamá/Nassau na ida e deveria ser assim na volta, mas, como é uma ilha pequena, só existem esses voos às terças e quintas. Aliás, meu pai nunca recebeu um real por ter tratado do Bolsonaro, jamais cobrou nada. O governo, nem ninguém, nunca pagou nada a ele – acrescentou.

O conteúdo da carta de Beatriz foi dividido em partes pelo colunista. A filha de Antônio Luiz Macedo disse ainda que acha triste a honra de seu pai seja colocada em xeque.

– Então, acho muito triste que coloquem a honra e o caráter dele em xeque, misturando política com medicina. De fato, na época da outra eleição, o então candidato estava fragilizado e não tinha como participar de debates, não foi golpe algum, apenas conduta médica que ele achou pertinente no momento. Política e ideologias à parte, quer acreditem ou não, houve uma facada que trouxe sequelas e eventualmente este quadro poderá se repetir, mas as pessoas são tão ignorantes que não pesquisam, não se informam, julgam sem saber da parte técnica. (…) Da mesma maneira, acho bizarro o que estão fazendo com o Felipe Neto, que está com depressão. Gente, as pessoas são tão fanáticas que desprezam a vida dos outros, a saúde, por ideologia e política. Ofendem um médico que é um orgulho para o país, não um marqueteiro, político, e, sim, uma pessoa reconhecida internacionalmente pelos feitos na Medicina.”

O texto foi finalizado com a lembrança de uma situação difícil enfrentada pelo médico.

– Só para finalizar: quando ele era jovem e tinha entrado na faculdade, um professor disse para o meu pai que ele jamais seria um cirurgião devido ao defeito na face, que deixou um olho dele com a necessidade de usar um pesinho para fechar. E este mesmo professor, anos depois, foi operado por ele e teve a vida salva. Que país é esse em que não valorizam uma história linda de superação e se atentam a ofender e ridicularizar um defeito no rosto que tanto trouxe tristeza e sofrimento para ele e para todos nós sua família!? Obrigada por me ouvir! Abraço – concluiu.

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