Zanin Ignora Nunes Marques e Dá Voto Decisivo Contra Zambelli no STF

Ministros do STF já somam 5 votos pela condenação da deputada por perseguição armada na véspera da eleição
Carla Zambelli Foto,Paulo Sergio,Câmara Dos Deputados Carla Zambelli Foto,Paulo Sergio,Câmara Dos Deputados
Carla Zambelli Foto,Paulo Sergio,Câmara Dos Deputados

Ministros do STF já somam 5 votos pela condenação da deputada por perseguição armada na véspera da eleição

O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), registrou nesta segunda-feira (24) o quinto voto a favor da condenação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), acusada de perseguir um eleitor da oposição com arma em punho. A manifestação ocorreu minutos após o ministro Kassio Nunes Marques pedir vista do processo, o que formalmente suspende o julgamento, mas não impede que outros ministros registrem seus votos no plenário virtual da Corte.

Com o voto de Zanin, o placar chegou a 5 a 0 pela condenação. Já haviam se manifestado anteriormente os ministros Gilmar Mendes (relator), Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Flávio Dino. Faltam ainda os votos de Nunes Marques, André Mendonça, Dias Toffoli, Edson Fachin, Luiz Fux e do presidente da Corte, Luís Roberto Barroso.

Julgamento no plenário virtual foi suspenso, mas votação pode prosseguir

O julgamento teve início na sexta-feira (21), com prazo previsto até sexta-feira (28). Contudo, o pedido de vista de Nunes Marques suspendeu oficialmente a deliberação e interrompe o prazo até a devolução do processo, o que pode levar até 90 dias. Apesar disso, ministros ainda podem antecipar seus votos, o que tem ocorrido com frequência em casos de repercussão política.

Acusação: porte ilegal e constrangimento com arma

A Procuradoria-Geral da República (PGR), por meio do procurador-geral Paulo Gonet, denunciou Zambelli pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com uso de arma, após episódio ocorrido em 28 de outubro de 2022, um dia antes do segundo turno das eleições presidenciais. Na ocasião, a deputada sacou uma arma e perseguiu um homem pelas ruas de São Paulo, no bairro Jardins, após uma discussão política.

A PGR pede:

  • Pena de até cinco anos e três meses de prisão;
  • Cassação do porte de arma da deputada;
  • Indenização de R$ 100 mil por danos morais;
  • Cassação do mandato parlamentar, proposta que só seria executada após trânsito em julgado do processo.

Gilmar Mendes fala em “elevado grau de reprovabilidade”

Em seu voto, o relator Gilmar Mendes ressaltou o “elevado grau de reprovabilidade” na conduta de Zambelli, ao lembrar que os fatos ocorreram às vésperas da eleição presidencial e envolveram o uso de arma de fogo em via pública, gerando temor e instabilidade.

A defesa da parlamentar sustenta que ela reagiu a uma agressão física e que não houve disparo ou lesão, argumentando, ainda, que ela detinha porte legal de arma. Contudo, o Ministério Público refutou a tese, alegando incompatibilidade entre o porte e o local do fato, além do uso indevido da arma em situação de confronto pessoal.

Situação política de Zambelli já é delicada

Além do processo no STF, Carla Zambelli enfrenta uma decisão da Justiça Eleitoral de São Paulo, que, em janeiro deste ano, cassou seu mandato por disseminação de desinformação sobre o sistema eleitoral e as urnas eletrônicas. Ela segue no cargo enquanto o recurso tramita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Caso o STF confirme a condenação e o mandato seja cassado definitivamente, Zambelli pode ficar inelegível por até oito anos, com base na Lei da Ficha Limpa.



2 comments
  1. Se Carla Zambelli fosse negra e o agressor fosse branco, ela seria tratada como guerreira, heroína. Mas, o agressor é um negro grande e forte que ameaçou fisicamente a deputada e correu quando viu a arma. Aí muda tudo. Ela teria que aguentar calada as ofensas recebidas. Por falar nisso, onde anda o agressor? Sumiu? Para ele não vai dar nada? Hipócritas.

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