Mônica Valente defende regime de Maduro durante reunião do Foro de São Paulo
Enquanto a líder opositora venezuelana María Corina Machado era detida nesta quinta-feira (9), após uma manifestação contra o regime de Nicolás Maduro em Caracas, a petista Mônica Valente, secretária-executiva do Foro de São Paulo, aparecia ao vivo na emissora estatal venezuelana VTV exaltando a ditadura chavista.
A participação de Mônica ocorreu durante uma reunião do grupo de trabalho do Foro de São Paulo, realizada também em Caracas. Durante o evento, que estava sendo transmitido em rede nacional pela VTV, a petista classificou a posse de Nicolás Maduro como um “momento histórico” de soberania para a Venezuela.
“[Gostaria de] dar aos venezuelanos que nos acompanham aqui o nosso abraço mais profundo e caloroso de irmãos e irmãs da América Latina e Caribe neste momento histórico em que o povo venezuelano toma em suas mãos sua soberania, sua libertação, com a posse do presidente Nicolás Maduro Moros” – declarou Mônica Valente.
Cubano pede apoio do Brasil à entrada da Venezuela no Brics
Antes de Mônica, o evento contou com um discurso de Emilio Lozada García, membro do Partido Comunista de Cuba, que mencionou diretamente o Brasil. Lozada criticou o veto brasileiro à entrada da Venezuela como associada ao Brics durante a Cúpula de Kazan, realizada neste ano sob a presidência rotativa do Brasil no bloco econômico.
“Aspiramos que o mais rápido possível a Venezuela também se torne um país associado [ao Brics], para reparar essa injustiça da Cúpula de Kazan. E que o próprio Brasil lance o status da Venezuela como país associado” – pediu Emilio Lozada.
Contraste com a repressão a María Corina
Enquanto figuras ligadas ao Foro de São Paulo exaltavam Nicolás Maduro, a oposição venezuelana enfrentava forte repressão nas ruas. A líder opositora María Corina Machado foi presa por agentes do regime chavista após participar de uma manifestação em Chacao, Caracas.
Segundo informações divulgadas por sua equipe, Corina foi interceptada e derrubada de uma motocicleta, levada à força e obrigada a gravar vídeos antes de ser libertada no mesmo dia.
O episódio reflete o contraste entre a narrativa promovida pelo regime e seus aliados na esquerda latino-americana e a realidade enfrentada pela oposição democrática na Venezuela, que denuncia violações de direitos humanos e repressão política.
Repercussão e críticas
A participação de Mônica Valente na VTV, enaltecendo a figura de Nicolás Maduro, ocorre em um momento de grande tensão política na Venezuela, marcado pela repressão aos opositores e pela posse de Maduro para um novo mandato. A declaração gerou críticas, sobretudo pelo alinhamento de setores da esquerda latino-americana com o regime chavista, apesar das acusações de violações sistemáticas aos direitos humanos e à democracia.
Vídeo:
O Brasil sob Lula é uma tremenda VERGONHA!
— Carol De Toni (@CarolDeToni) January 10, 2025
Enquanto a principal líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, era sequestrada e presa pela ditadura de Nicolás Maduro, uma dirigente do PT, Mônica Valente, estava em Caracas parabenizando o regime.
Mônica, que é… pic.twitter.com/PyTFKv1Z2O