Ministro do STF, Dias Toffoli, anula provas da Odebrecht em processos contra estrangeiros
A decisão de anular as provas dos “sistemas da propina” da Odebrecht em processos contra dois estrangeiros no exterior foi tomada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli. A determinação é datada de segunda-feira (10).
Toffoli beneficiou os cidadãos uruguaios Juan Ignacio Fraschini Silvarredonda e Alfredo Óscar Cat Rachetti, que estavam implicados num caso no Peru, suspeitos de lavagem de dinheiro proveniente de corrupção envolvendo a empreiteira brasileira.
O órgão Ministério Público peruano responsável pela supervisão de investimentos em infraestrutura de transportes, o Ositran, teve seu ex-presidente, Juan Carlos Zevallos Ugarte, supostamente favorecido com dinheiro de propina da Odebrecht. Essa é a acusação feita pelo Ministério Público do Peru contra Fraschini e Rachetti, acusados de lavagem de dinheiro. Zevallos esteve no cargo entre 2007 e 2012.
Uma equipe de advogados que defende os uruguaios, incluindo Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo pró-Lula e anti-lava jato Prerrogativas, e o criminalista Gustavo Badaró, submeteu em maio um pedido a Toffoli para que as evidências da Odebrecht em seu acordo de leniência fossem consideradas nulas.