Senado adia novamente a votação da Lei Paulo Gustavo

Líder do governo argumentou que impacto financeiro de R$ 4,3 bilhões deve ser avaliado
Projeto Da Lei Paulo Gustavo Continua Parada No Senado Federal Foto, Reprodução Projeto Da Lei Paulo Gustavo Continua Parada No Senado Federal Foto, Reprodução
Projeto Da Lei Paulo Gustavo Continua Parada No Senado Federal Foto, Reprodução

Líder do governo argumentou que impacto financeiro de R$ 4,3 bilhões deve ser avaliado

O Senado Federal adiou novamente a votação do projeto de lei que visa destinar recursos bilionários ao setor cultural como forma de contornar a crise no setor causada pela pandemia da Covid-19. O Projeto de Lei Complementar 73/2021, batizado de Lei Paulo Gustavo, era para ter sido votado em Plenário nesta terça-feira (14), mas foi retirado da pauta do dia após solicitação do senador Fernando Bezerra (MDB-PE), líder do governo.

Com isso, o tema deve retornar à pauta na próxima semana.

Bezerra argumentou que o projeto requer orçamento de R$ 4,3 bilhões e que o impacto desta despesa deve ser avaliado.

– A LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias], que está sendo avaliada pelo Congresso, veio sem praticamente nenhum espaço no teto do gasto público. A aprovação dessa lei terá impacto nas despesas públicas de aproximadamente R$ 4,3 bilhões. Nós estamos compromissados a aprovar e encontrar instrumentos para viabilizar esses gastos dentro do Orçamento deste e do próximo ano. Entendemos que esta matéria poderá ser deliberada quando da apreciação dos PLNs [projetos de lei do Congresso] e dos vetos, que serão objetos de uma reunião especifica do Congresso – afirmou.

O senador também citou que a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição 23/2021, a PEC do Precatórios, “poderá viabilizar espaço fiscal dentro dos limites do teto do gasto público para o governo implantar um série de políticas públicas, entre elas a Lei Paulo Gustavo”.

– Lembro que, para haver espaço no teto do gasto público, temos que dar uma resposta à questão dos precatórios. Essa matéria ainda se encontra na Câmara, mas o presidente Rodrigo Pacheco já criou um grupo de trabalho na Casa, e do qual estou fazendo parte, no sentido de construir uma alternativa à PEC 23, que está sendo analisada na Câmara, no sentido de que a gente possa tratar de forma adequada e correta a questão dos precatórios – declarou.

O senador Paulo Rocha (PT-PA), autor do projeto de lei, se mostrou inconformado, e disse que já existe um fundo de R$ 4,3 bilhões destinado à cultura.

— Essa matéria já foi adiada pelo menos quatro vezes, e acaba sendo uma matéria de grande importância para a cultura de nossos país. E o setor se mobilizou, é só perguntar aqui para os senadores de cada estado, o pessoal está clamando pela aprovação dessa lei, que é uma matéria simples. Há um fundo da cultura do país, que está acumulado lá em 4,3 bilhões. Esse fundo é do setor, apenas é gerido pelo governo. O que que nós queremos? Como o governo mistura esses fundos nessa conta aí de teto e superávit, queremos, com a lei, transferir para estados e municípios aplicarem esse fundo, que não só valoriza a cultura local, como tem repercussão na economia local.

Ele também exigiu a votação definitiva do tema na próxima semana.

– Fico impossibilitado de exigir a votação hoje, no entanto, peço compromisso, já que o governo está dizendo que aprova, é só buscar a forma aí de executar no Orçamento. Mas tem que ter aqui uma palavra que a gente vai aprovar este projeto, porque atende aos interesses do setor – afirmou Rocha.

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