Pablo Marçal é acionado pela AGU após dizer que ’empresário enviou mais aeronaves que a FAB’ ao RS

Advocacia-Geral da União acusa influenciador de desinformação e pede publicação de resposta sobre atuação de militares no Rio Grande do Sul

O empresário Pablo Marçal foi o foco de um processo judicial iniciado pela Advocacia-Geral da União (AGU), depois de afirmar que ‘um empresário enviou mais aeronaves que a FAB’ para o Rio Grande do Sul. No documento, a instituição solicita que Marçal poste uma resposta em suas plataformas de mídia social, fornecendo informações sobre o envolvimento dos militares durante o desastre climático no estado sulista.

Nesta quarta-feira, 8, a Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD) moveu uma ação. De acordo com a entidade, o influenciador se tornou popular em vídeos onde declarava que as Forças Armadas brasileiras estavam “inertes diante da calamidade pública” vivida no Rio Grande do Sul.

No pedido, a PNDD solicita que Marçal divulgue em suas contas do Facebook, Instagram e TikTok uma resposta sobre o papel dos militares no Estado. A AGU ressalta que as Forças Armadas têm estado ativas desde o dia 1º de maio, envolvidas em operações de resgate de pessoas, prestação de cuidados médicos, transporte de equipes e materiais, além da coleta e distribuição de donativos para a área.

Os perfis de Pablo Marçal nas redes sociais, quando somados, revelam que o influenciador conta com mais de 11,2 milhões de seguidores.

A ação ainda indica que a operação das forças militares, que inclui Exército, Marinha e Força Aérea Brasileira, no Rio Grande do Sul, possui um contingente de quase 12 mil militares. Além disso, conta com 94 embarcações, 348 veículos, quatro aeronaves e 17 helicópteros.

A AGU argumenta o seu requerimento declarando que a “desinformação disseminada” pode impedir a própria luta contra a catástrofe climática, pois a diminuição da confiança da sociedade na resposta do Estado brasileiro pode desestimular a doação de contribuições e interferir em resgates.

“Não se questiona, portanto, a capilaridade nociva de que se reveste um vídeo com conteúdo de desinformação, especialmente se produzido por alguém a quem a sociedade reputa possuir uma maior confiabilidade, em razão da popularidade que possui”, descreve a AGU em trecho da petição. 

O influenciador, que reside em Santana do Parnaíba, teve o processo movido na Justiça Federal de Barueri (SP), local que detém jurisprudência sobre a referida área.

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