Oposição mira Nunes Marques como alternativa para tornar Bolsonaro elegível em 2026 caso anistia seja limitada

Oposição aposta em anistia geral para Bolsonaro, mas prepara plano B no TSE com Nunes Marques caso perdão seja limitado.
Nunes Marques Nunes Marques
Foto: Samuel Figueira/TRF 1ª Região/Divulgação

Plano B envolve articulação no TSE com ministros indicados pelo ex-presidente; Congresso segue debatendo projeto de perdão amplo

Aliados do ex-presidente (PL) traçam estratégias para reverter sua até 2030, declarada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em junho de 2023. O plano principal é a aprovação de um projeto de anistia no Congresso Nacional, abrangendo não apenas os presos do 8 de Janeiro, mas também e investigados em inquéritos como o das fake news.

Caso a anistia aprovada não restabeleça os direitos políticos do ex-presidente, a oposição já discute um plano B: contar com a influência do ministro Kássio Nunes Marques, indicado por Bolsonaro ao STF e que assumirá a presidência do TSE em 2025.

Estratégia no TSE

Parlamentares da oposição acreditam que Nunes Marques, na condição de presidente do TSE em 2026, poderia abrir caminho para uma revisão da situação de Bolsonaro. Além dele, contam também com o voto do ministro André Mendonça, igualmente indicado pelo ex-presidente.

A expectativa é que esses dois magistrados possam liderar um movimento interno capaz de reverter a decisão que tornou Bolsonaro inelegível.

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), resumiu a estratégia:
A gente é muito consciente que a elegibilidade a gente tem como resolver com o ministro Kássio Nunes no ano que vem, quando ele sentar na cadeira de presidente do TSE. É muito mais fácil com o presidente você buscar algum tipo de solução jurídica, mas nós não vamos já de início ceder. Nós vamos brigar por tudo, depois a gente vai pensar no que faz.”

Na ocasião do julgamento que resultou na inelegibilidade, apenas Nunes Marques e o ministro Raul Araújo votaram para manter Bolsonaro apto a disputar eleições, defendendo que o encontro com embaixadores em 2022 não foi capaz de abalar a legitimidade do pleito.

Avanço da anistia no Congresso

Enquanto isso, a proposta de anistia geral avança na Câmara com articulação direta do governador de São Paulo, (Republicanos). Nesta semana, ele passou dois dias em Brasília, onde se reuniu com o presidente da Casa, (Republicanos-PB), para discutir o tema.

Na véspera, Tarcísio já havia garantido o apoio oficial de seu partido, que agora se junta a PP, União, PL e Novo na pressão pela aprovação.

Apesar de não haver cronograma definido, a expectativa é que o projeto só seja votado após o julgamento de Bolsonaro no STF, previsto para terminar em 12 de setembro.

Motta também se encontrou com Sóstenes Cavalcante para mapear os votos disponíveis. Há possibilidade de a relatoria ficar com um deputado de partido de centro, enquanto a oposição tenta atrair apoios de MDB e PSD, que ainda não se posicionaram formalmente.


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