As consequências podem ser a inflação do preço dos medicamentos, produtos para a saúde, alimentos e cosméticos
O Sindasp comunicou ao Ministério da Fazenda e à Anvisa que a operação do órgão regulador para importações resultou em uma perda de R$ 3,3 bilhões para o setor privado do Brasil apenas em junho, de acordo com um relatório divulgado esta semana.
A estimativa do Sindasp leva em conta uma taxa ad valorem de 2,1% por cada dia de demora no processo de comércio internacional, com a permissão de exportação concedida pela Anvisa.
Ad valorem é uma taxa cobrada pelas transportadoras ao apresentar os valores dos fretes.
A inspeção do sindicato revela que, em média, a operação deveria ser executada entre um e quatro dias. Contudo, o tempo reportado indicou um atraso de duas semanas.
De acordo com a Polícia Federal, 95% dos processos de importação e exportação no Brasil são de responsabilidade do Sindasp.
“Provavelmente, os impactos financeiros ao setor privado superam esses números indicados, visto que mais órgãos estão em greve”, afirmou o sindicato. “Para efeitos de comparação, os valores estimados para a finalização do projeto Portal Único é de R$ 70 milhões. Ou seja, 2,1% dos prejuízos estimados num mês.”
Segundo o Sindsap, o resultado impacta diretamente a população brasileira. A entidade esclarece que as possíveis consequências desse tipo de operação podem ser:
- inflação dos medicamentos, produtos para a saúde, alimentos e cosméticos; e
- em um cenário mais agravante, hospitais e clínicas poderiam ficar desabastecidos.
“Solucionar as questões internas destacadas nesse documento é essencial para que o Brasil aproveite as oportunidades e mude o contexto de forma estruturada e voltada ao futuro”, afirma o documento do Sindsap. “Com a aceleração de todas as boas iniciativas observadas.”
Anvisa prevê corte de 25% em seu quadro de funcionários até o final de 2024
De acordo com estimativas da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS), a Anvisa pode enfrentar uma diminuição expressiva de 25% em sua equipe até o final de 2024. Esse percentual equivale a uma perda de 500 funcionários do órgão governamental.
Um dos principais motivos para as saídas em massa é a aposentadoria.
O CEO da ABIIS, José Márcio Cerqueira Gomes, declarou que o “déficit de servidores” é insustentável a longo prazo. De acordo com o executivo, a agência lida com várias demandas simultaneamente. As informações são da Revista Oeste.