“O Iphan ia visitar, mas não deu tempo”, diz Lula sobre queda de teto de igreja em Salvador

Presidente Defende Revisão na Política de Tombamento de Prédios Históricos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, nesta terça-feira (6), a revisão da política de tombamento de prédios históricos no Brasil. A declaração veio um dia após o desabamento de parte do teto de uma igreja no Centro Histórico de Salvador, que deixou uma pessoa morta e cinco feridos.

Durante entrevista às rádios Metrópole e Sociedade, da Bahia, Lula afirmou que o tombamento de edifícios históricos é importante, mas ressaltou a falta de recursos para a manutenção desses patrimônios.

“Depois a gente constata que não tem dinheiro”, disse o presidente. “Precisamos rever isso. Se não, teremos muitas coisas tombadas caindo no Brasil.”

Iphan Estava Programando Visita, Mas Igreja Desabou Antes

O acidente ocorreu na igreja conhecida como “igreja de ouro”, que é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Lula afirmou que o tombamento pode deixar os prédios abandonados.

“O Iphan ia lá visitar, mas não deu tempo, o prédio caiu”, declarou.

O Iphan, em nota oficial, afirmou que já havia um projeto de restauração em andamento, mas não especificou prazos para sua conclusão.

Segundo a Folha de S.Paulo, o diretor da igreja, frade Pedro Júnior Freitas da Silva, já havia solicitado uma visita técnica ao Iphan para avaliar a estrutura do local, mas não recebeu resposta.

Ministério da Cultura e Iphan Reagem ao Acidente

O Ministério da Cultura informou que a ministra Margareth Menezes viajará a Salvador para acompanhar a situação.

“Permanecemos à disposição para colaborar com as investigações e adotar as medidas necessárias para a preservação e restauração do patrimônio histórico e cultural”, declarou a pasta em nota.

Já o Iphan reforçou que a responsabilidade pela estrutura da igreja é da Ordem Primeira de São Francisco, proprietária do imóvel.

O órgão destacou que sua atuação se concentra na preservação do patrimônio, citando ações como:

✔ O restauro dos painéis de azulejaria portuguesa, finalizado em maio de 2023;
✔ A elaboração de um projeto de restauração da igreja, ainda em andamento.

O desabamento expõe a precariedade da manutenção dos bens tombados e levanta questões sobre a responsabilidade do governo e dos proprietários na preservação do patrimônio histórico nacional.