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Ministro da Educação critica professores da rede pública que ameaçam entrar em greve

Educadores de vários Estados foram incluídos nos grupos prioritários de vacinação contra o novo coronavírus

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, teceu críticas aos professores da rede pública que ameaçam cruzar os braços. Alunos desse segmento estão há um ano e meio sem aulas; outros estudam a distância, com limitações. “Como educador, eu fico envergonhado quando ouço alguém falar em greve”, declarou Ribeiro, em entrevista ao programa Direto ao Ponto, da rádio Jovem Pan.

“É uma falta de responsabilidade imensa com os estudantes, com aquilo que temos de ter, minimamente, em termos de civismo e patriotismo. Mas cada um responde por si”, acrescentou o ministro. Governos estaduais e municipais aceitaram reivindicações de professores para a inclusão em grupos prioritários de vacinação. Contudo, sindicatos articularam-se para travar a volta às aulas presenciais.

Educação brasileira à deriva

Um levantamento realizado pela Unesco e divulgado em 24 de janeiro mostrou que, enquanto a maioria dos países fechou suas escolas por pouco mais de 20 semanas, no Brasil, as crianças e os adolescentes ficaram longe das salas de aula pelo dobro do tempo: 40 semanas. Nesse recorde, o país só se equipara a Argentina, Chile, Moçambique e Etiópia. De acordo com o estudo, aproximadamente 800 milhões de estudantes no mundo foram afetados, e as instituições de ensino passaram, em média, dois terços do ano letivo fechadas.

No Brasil, quase 50 milhões de estudantes ficaram entregues à própria sorte — particularmente os 80% matriculados em escolas públicas. Destes, cerca de 25% não têm acesso à internet. Uma pesquisa do Ibope realizada em agosto mostrou que, em domicílios com renda per capita de até meio salário mínimo, um quarto dos estudantes não teve sequer acesso à educação remota. No mês de outubro, conforme a Pnad Covid19 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 6 milhões de alunos de 6 a 29 anos, da educação básica ao ensino superior, não tiveram acesso a atividades escolares. Na educação básica, “inexistência de aulas” e “dificuldade com o acesso remoto” foram as principais causas da evasão escolar. No ano da pandemia, cerca de 4 milhões de jovens abandonaram os estudos, segundo uma pesquisa encomendada pelo banco digital C6 Bank.

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