Manuela D’Ávila acumula ganhos de R$ 755 mil com consultoria para candidatos políticos

Guilherme Boulos, candidato à Prefeitura de São Paulo, figura entre os clientes da ex-deputada federal
Manuela Davila Manuela Davila
Foto: Reprodução/Facebook

Guilherme Boulos, candidato à Prefeitura de São Paulo, figura entre os clientes da ex-deputada federal

A ex-deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB) optou por deixar a vida política e investir em um negócio de consultoria em comunicação para candidatos. Até agora, nas eleições de 2024, o negócio gerou um faturamento de R$ 755 mil. Estas informações foram relatadas pelo jornal Gazeta do Povo.

Dentre os clientes, encontra-se Guilherme Boulos (Psol), que concorreu à Prefeitura de São Paulo, e desembolsou R$ 188 mil para a D’Ávila & Schaidhauer Consultoria em Comunicação LTDA.

A candidata à Prefeitura de Natal (RN), a deputada federal Natália Bastos Bonavides (PT), adquiriu os serviços da empresa por R$ 300 mil. Por sua vez, Talíria Petrone (Psol), que também é deputada federal e concorre a um cargo majoritário em Niterói (RJ), investiu R$ 160 mil na consultoria.

Adicionalmente, a empresa foi contratada para duas campanhas para vereadores em Porto Alegre: Abgail Pereira (PCdoB), por R$ 86,2 mil; e Giovani Culau (PCdoB), por R$ 11,2 mil.

Os dados foram adquiridos a partir do sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) referentes às eleições de 2024. Após sofrer derrota nas eleições de 2018 como vice de Fernando Haddad (PT) na competição presidencial e, novamente, em 2020 na luta pela Prefeitura de Porto Alegre (RS), Manuela D’Ávila declarou que não iria concorrer a cargos eletivos por um período indefinido.

A empresa de Manuela D’Ávila, fundada em julho de 2019, assegurou um contrato de alto valor para as eleições de 2022. Ela foi contratada pela campanha de Alexandre Kalil (PSD) para o governo de Minas Gerais, por um valor de R$ 1,53 milhão, conforme confirmado na prestação de contas à Justiça Eleitoral.

Consultoria de Manuela alega que serviço para Kalil não foi pago 

No entanto, a consultoria afirma que um contrato adicional com o diretório municipal do PSD em Belo Horizonte, pelo valor de R$ 1,5 milhão por “serviços digitais”, não foi liquidado. Esta quantia não é mencionada na prestação de contas da campanha de Kalil, o que resultou em uma ação judicial.

Em relação ao assunto, o PSD de Minas Gerais informou à Gazeta do Povo que “o contrato objeto da ação promovida por D’Ávila & Schaidhauer Consultoria em Comunicação LTDA é desconhecido do órgão de representação do PSD no Município de Belo Horizonte, não constando de seus arquivos, de sua contabilidade ou de suas prestações de contas do exercício de 2022,o partido também desconhece a atuação, em seu favor, da aludida consultoria ou do advogado que subscreve o contrato como testemunha”. 

Ainda em nota, o PSD enfatizou que “preza por honrar todos os seus compromissos assumidos e assim tem se mantido desde que o presidente estadual e municipal de Belo Horizonte, Cássio Soares, assumiu a presidência do partido em 10 de maio de 2023 e 19 de fevereiro de 2023, respectivamente”. 

Ex-deputada coleciona derrotas 

Manuela D’Ávila, além de ter sido vice na chapa presidencial de Fernando Haddad em 2018, já enfrentou derrotas em três eleições para a Prefeitura de Porto Alegre. Sua derrota mais recente foi em 2020.

A comunista já havia tentado, sem sucesso, candidatar-se ao cargo de prefeita da capital gaúcha em duas outras ocasiões: 2008 e 2012. Nas eleições anteriores, ela não havia conseguido avançar para o segundo turno.

Manuela fez sua primeira tentativa de assumir o cargo de Poder Executivo local quando ainda era nova na política. Ela foi eleita vereadora em 2004, mas abandonou o cargo depois de ser eleita deputada federal em 2006. Em 2008, ela concorreu à prefeitura de Porto Alegre sem ter cumprido um mandato completo até então.As informações são da Revista Oeste.   

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