Mais de 15 mil advogados repudiam ato de Moraes e veem ataque ao Estado de Direito 

Movimentos falam em ‘condenação antecipada’ pelo STF
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Foto: Isac Nobrega/PR

Movimentos falam em ‘condenação antecipada’ pelo STF

Os grupos Movimento de Advogados de Direita Brasil e Movimento Advogados do Brasil, que juntos somam mais de 15 mil membros, expressaram seu apoio a Jair nesta sexta-feira, 18, após a operação da Polícia Federal contra o ex-presidente.

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, permitiu a atuação dos agentes e mencionou o “tarifaço de 50%” do ao Brasil.

De acordo com os movimentos, o ato do juiz do STF configura “evidente desvio de finalidade, inversão processual e ataque aos pilares do Estado Democrático de Direito”. 

“Sob o pretexto de suposta ‘obstrução de justiça’ e ‘atentado à soberania’, impôs-se ao ex-presidente um verdadeiro regime de prisão domiciliar disfarçada: uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento noturno e integral nos fins de semana, proibição de comunicação com autoridades públicas (inclusive com seu próprio filho, deputado federal) e censura total nas redes sociais, medida essa gravíssima, que compromete sua liberdade de expressão e exclui sua voz do debate ”, observaram os advogados, no documento obtido em primeira mão pela Revista Oeste. “Não se trata de cautela, trata-se de uma pena imposta sem sentença. As ‘medidas alternativas à prisão’ funcionam como condenação antecipada, sem trânsito em julgado, sem contraditório efetivo, sem julgamento.” 

Leia a carta em defesa de Jair Bolsonaro 

“O Movimento Advogados de Direita Brasil e o Movimento Advogados do Brasil vêm a público expressar sua mais firme oposição às medidas cautelares determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes contra o presidente , no bojo da PET 14.129/DF, em evidente desvio de finalidade, inversão processual e ataque aos pilares do Estado Democrático de Direito. 

Sob o pretexto de suposta ‘obstrução de justiça’ e ‘atentado à soberania’, impôs-se ao ex-presidente um verdadeiro regime de prisão domiciliar disfarçada: uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento noturno e integral nos fins de semana, proibição de comunicação com autoridades públicas (inclusive com seu próprio filho, deputado federal) e censura total nas redes sociais, medida essa gravíssima, que compromete sua liberdade de expressão e exclui sua voz do debate público. 

Não se trata de cautela, trata-se de uma pena imposta sem sentença. As ‘medidas alternativas à prisão’ funcionam como condenação antecipada, sem trânsito em julgado, sem contraditório efetivo, sem julgamento. Uma afronta ao devido processo legal e às garantias constitucionais. Em vez de aplicar o direito, optou-se pela política do escândalo controlado: medidas restritivas midiáticas, desproporcionais e intimidatórias. Chama ainda mais atenção o conteúdo da decisão: ‘atribui-se a Bolsonaro a corresponsabilidade por sanções comerciais anunciadas pelo presidente Donald Trump como resposta à escalada autoritária e censura no Brasil’. 

Em vez de reconhecer o colapso da legalidade interna que motivou a reação internacional, o Judiciário brasileiro decidiu punir o denunciador, não os abusos denunciados. A decisão, além de violar garantias constitucionais elementares, despreza o rigor jurídico e abusa do simbolismo ideológico, a ponto de recorrer a uma citação de Machado de Assis para fundamentar acusações de conspiração. 

Quando o pensamento literário é desvirtuado para embasar arbitrariedades, o processo se transforma em peça de propaganda e a toga se converte em instrumento de repressão. Lembramos as palavras de Ruy Barbosa, que continuam atuais e necessárias: ‘A Lei que não serve para o meu inimigo, não me serve’. Este é o verdadeiro teste da legalidade: sua aplicação firme, coerente e igualitária, mesmo quando o destinatário é impopular ou politicamente inconveniente. 

Não nos envergonha o alerta que parte do exterior — envergonha-nos a covardia de nossas instituições. A reação internacional, incluindo as declarações e medidas adotadas pelo presidente Donald Trump, escancara ao mundo aquilo que muitos no Brasil se recusam a admitir: estamos sob um regime que criminaliza adversários, censura vozes dissidentes e sufoca o Estado de Direito. As consequências econômicas já impostas ao país são gravíssimas, mas resultado direto da inércia e omissão interna, especialmente do Congresso Nacional, que assiste calado ao avanço autoritário, fazendo da prerrogativa constitucional de freio e contrapeso um peso morto diante da togada. 

Diante desse cenário, os mais de 15 mil advogados que integram os movimentos manifestam também solidariedade irrestrita ao presidente Jair Bolsonaro, seus familiares e todos os atingidos por essa perseguição institucionalizada, reafirmando sua confiança de que a história, em breve, registrará essa página como uma das mais vergonhosas da justiça brasileira, onde o uso do poder foi desviado de sua função nobre para satisfazer interesses políticos e punir opositores. 

Clamamos pelo resgate da Justiça. Pela restauração da legalidade. Pelo reencontro com o garantismo constitucional — aquele que protege o cidadão contra o arbítrio — e não o que se adapta às conveniências políticas do momento. É hora de restaurar os freios da República antes que reste apenas a engrenagem do autoritarismo”. 

As informações são da Revista Oeste. 


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