Maestro Julio Medaglia: “Funk é democrático porque qualquer idiota pode fazer” 

Ele afirma que ritmos musicais contemporâneos são fáceis de produzir
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Foto: Reprodução/Wikimedia Commons

Ele afirma que ritmos musicais contemporâneos são fáceis de produzir

O maestro Julio Medaglia, famoso por suas críticas à música moderna, sustenta que a cultura contemporânea é carente de inovação e originalidade. Em um bate-papo com o jornal Folha de S.Paulo, ele disse que certos ritmos musicais são simples de serem produzidos. “Funk, rap e pop, por exemplo, são democráticos, porque qualquer idiota pode fazer”, afirma.

Ademais, o artista expressa críticas aos festivais que têm se desenvolvido após a pandemia. De acordo com suas palavras, tais eventos não têm oferecido contribuições para a música brasileira.

“Esses ‘Lollapalooza‘ da vida dão uma música enérgica, cheia de parafernália e gelo seco, para excitar a juventude”, disse Medaglia. “É uma música pré-inteligente, é tudo pancadaria, uma pauleira. É sucesso comercial, de uma gente que não tem uma linguagem diferenciada ou propostas de ideias.” 

Julio Medaglia critica show de Madonna 

Nem o show de Madonna na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, escapou do olhar crítico de Medaglia. “Aquilo ali não é música, é só show”, afirmou. “Madonna até abaixou o rabo para aquela outra cantora, Pabllo Vittar, lamber a bunda dela.”  

Ele enfatizou o “Prelúdio”, um programa que criou e que está quase completando duas décadas na TV Cultura, seguindo a mesma linha crítica. Esse programa é um concurso destinado a descobrir novos talentos da música clássica brasileira.

Medaglia também ponderou sobre seu vasto percurso na música. Ele se envolveu com o grupo “Música Viva” e a “poesia concreta”. Realizou estudos na Alemanha, onde adquiriu influências de personalidades como os compositores Pierre Boulez e Karlheinz Stockhausen.

Maestro expressou descontentamento com uma montagem da ópera O Guarani 

Medaglia recentemente manifestou sua insatisfação com a produção de O Guarani, uma ópera apresentada em São Paulo. Ele alegou que a apresentação era uma “deturpação da obra original”. A ópera é baseada no romance do escritor brasileiro do século 19, José de Alencar.

“Pelo amor de Deus, tem de mandar prender aquele pessoal”, afirmou. “Foi uma agressão à ideia do autor. Se montarem de novo, me avise que chamo a Polícia Federal. Aquilo foi uma palhaçada.” 

Embora Medaglia possua críticas bastante incisivas, ele se destaca como um apoiador do radicalismo e autenticidade na arte. Ainda assim, ele tem a convicção forte de que se pode prosperar na indústria da música sem prejudicar a integridade artística. Contudo, para alcançar isso, o artista deve permanecer leal aos seus princípios e à busca constante por inovação.As informações são da Revista Oeste. 

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