Ditador venezuelano mobiliza 4,5 milhões de milicianos em resposta à presença militar dos EUA
O ditador Nicolás Maduro, da Venezuela, declarou que “nenhum império tocará o solo sagrado da Venezuela”, reagindo ao envio de navios de guerra pelos Estados Unidos para a costa venezuelana. A declaração foi feita em Caracas, nesta terça-feira, 19, durante um evento com a presença de governadores, prefeitos e do ministro da Justiça, Diosdado Cabello.
“Defendemos nossos mares, nossos céus e nossas terras. Nós os libertamos. Nós os guardamos e patrulhamos. Nenhum império tocará o solo sagrado da Venezuela, nem deve tocar o solo sagrado da América do Sul”,
afirmou Maduro em discurso transmitido pela televisão estatal.
Presença militar norte-americana e resposta dos EUA
O aumento da tensão ocorre após a chegada de três destróieres norte-americanos da classe Arleigh Burke, equipados com sistemas antimíssil Aegis e mísseis de ataque. Segundo a agência Reuters, essa mobilização faz parte de uma operação contra o tráfico de drogas na América Latina e foi confirmada na segunda-feira, 18.
Na mesma data, Karoline Leavitt, porta-voz do governo dos EUA, declarou que o presidente Donald Trump está pronto para utilizar “toda a força norte-americana” com o objetivo de:
“impedir que as drogas inundem nosso país”
e levar os responsáveis à Justiça.
Leavitt ainda afirmou:
“O regime de Maduro não é o governo legítimo, é um cartel narcoterrorista”.
Designação de grupos como terroristas
Desde fevereiro de 2025, logo no início de seu mandato, Trump reconheceu formalmente o Cartel de Sinaloa, do México, e o grupo Tren de Aragua, da Venezuela, como organizações terroristas estrangeiras. Além disso, o governo norte-americano prometeu reforçar o controle migratório com o objetivo de restringir a entrada de membros dessas facções criminosas.
Tradicionalmente, a classificação de grupo terrorista é reservada a entidades que usam a violência com fins políticos, como Al-Qaeda e Estado Islâmico. No entanto, a administração Trump argumenta que a atuação internacional dessas organizações latino-americanas — incluindo tráfico de drogas, contrabando de migrantes e ações violentas — justifica essa classificação.
Maduro convoca 4,5 milhões de milicianos
As ações recentes intensificaram a crise diplomática entre Venezuela e Estados Unidos. O governo de Maduro suspendeu e proibiu, por 30 dias renováveis, todas as atividades relacionadas a aeronaves pilotadas e não pilotadas, incluindo drones, sob a justificativa de salvaguardar a segurança nacional.
O ditador relembrou que, em 2018, sofreu um atentado com drones durante um evento em Caracas, quando explosões interromperam seu discurso. Na ocasião, ele acusou os Estados Unidos e a Colômbia de envolvimento, sem apresentar provas.
Na última segunda-feira, Maduro também anunciou a mobilização de 4,5 milhões de milicianos em todo o território nacional:
“Vou ativar nesta semana um plano especial para garantir a cobertura, com mais de 4,5 milhões de milicianos, de todo o território nacional. Milícias preparadas, ativadas e armadas.”
Recompensa e acusações dos EUA contra Maduro
No início do mês, o governo dos Estados Unidos aumentou de US$ 25 milhões para US$ 50 milhões o valor da recompensa por informações que levem à captura de Nicolás Maduro.
A Casa Branca acusa o líder venezuelano de envolvimento direto com o narcotráfico e o classifica como uma ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos.