De acordo com o Estadão, presidente quer ampliar o diálogo com movimentos sociais
Em uma reunião privada no Palácio da Alvorada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva considerou a indicação do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) para a Secretaria-Geral da Presidência, de acordo com informações do jornal Estadão.
Atualmente, a pasta que se encarrega da interação com os movimentos sociais está sob a direção de Márcio Macêdo (PT), que enfrenta críticas dentro de seu próprio partido.
A reunião ocorreu aproximadamente três semanas atrás, sem um convite formal. Lula perguntou a Boulos sobre sua disposição de abandonar a Câmara dos Deputados e assumir o cargo de ministro até o fim do mandato. O parlamentar, que foi o mais votado de São Paulo em 2022, teria indicado que aceitaria, reafirmando seu apoio à reeleição do petista.
A decisão ainda está atrelada ao progresso da reforma do ministério, que já levou à substituição de diversos ministros, incluindo a recente despedida de Cida Gonçalves do Ministério das Mulheres. Lula tem se esquivado de apontar candidatos que pretendem concorrer nas eleições de 2026, uma vez que a lei demanda que eles se desvinculem do governo até abril do ano seguinte.
PT se divide sobre entrada de Boulos no governo Lula
A potencial adesão de Boulos ao PSOL encontra menos oposição atualmente. A legenda, que no início do ano fortalecia sua posição de independência em relação ao governo, se tornou mais unida após a votação da cassação de Glauber Braga na Comissão de Ética da Câmara.
Mesmo assim, a possível saída de Boulos é motivo de preocupação, já que o partido poderia perder um de seus maiores “puxadores de votos”. A deputada Erika Hilton é considerada uma alternativa viável nas urnas.
Dentro do PT, a sugestão de Boulos gera diferentes pontos de vista. Existe quem aprecie a sua boa relação com o partido e veja uma oportunidade de reconectar o governo com os movimentos sociais.
Alguns se sentem incomodados com o aumento do espaço para o Psol, que atualmente lidera o Ministério dos Povos Indígenas, com Sonia Guajajara.
Outros nomes
Os possíveis candidatos para a vaga incluem o advogado Marco Aurélio de Carvalho, que coordena o grupo Prerrogativas, e o deputado federal Paulo Pimenta (RS), que foi titular da Secom.
Cresce no PT a compreensão de que as opções estão se esgotando para a permanência de Márcio Macêdo, apesar das alternativas.
Membros do PT alegam que há deficiências na comunicação com os movimentos sociais e consideram que não foi possível estabelecer uma conversa eficaz. Um representante resumiu a situação com uma observação sarcástica: “pior que está, não fica”.
De acordo com o Estadão, Lula ainda está avaliando os efeitos políticos da mudança antes de chegar a uma decisão final.As informações são da Revista Oeste.