Rogério Marinho é líder da oposição no Senado, que decidirá se aprova nome indicado por Lula ao STF
Líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN) atuará contra a indicação de Cristiano Zanin ao Supremo Tribunal Federal (STF). O senador deverá apresentar recurso contra a nomeação ao próprio STF, questionando o princípio de impessoalidade na escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“A questão da quebra de impessoalidade não é o fato de ele ter sido advogado, mas a relação pessoal com o presidente, demonstrado de forma clara em diversas ocorrencias de publicização ao longo dos últimos seis anos. Está clara a relação pessoal entre presidente e adovogado, muito mais que a relação profissional, natural e sem problemas nesse sentido”, comentou Marinho.
O líder da oposição fez a declaração nesta quinta-feira (2/6), logo após ser condenado pela Justiça do Rio Grande do Norte à perda do mandato pela contratação de funcionária fantasma. O parlamentar vai recorrer da decisão.
Apesar de ser contra a indicação de Zanin, Marinho disse não ver problemas em receber no seu gabinete o ex-advogado de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que precisará do voto da maioria dos senadores (41 para assumir a cadeira no STF deixada por Ricardo Lewandowski).
Geralmente, os indicados pelo presidente ao STF fazem um périplo nos gabinetes dos senadores para assegurar sua aprovação tanto na Comissão de Constuição e Justiça (CCJ) quanto no plenário da Casa.
“A gente recebe todo mundo. Mas há diferença entre receber e votar favoravelmente, nós acreditamos haver um problema evidente de impessoalidade, constitucional. O presidente da República tem o direito de indicar quem ele achar conveniente, dentro do que rege a Cosntituição. Mas há um problema constitucional claro, sobre o princípio da impessoalidade”, disse Rogério Marinho.
O ex-ministro do Desenvolvimento Regional do governo Jair Bolsonaro (PL) preferiu não responder se a indicação corre o risco de ser negada no Senado. Marinho, porém, prevê uma sabatina “respeitosa” por parte da oposição, que não deixará de fazer as críticas que, segundo ele, julga serem necessárias.