Isolamento absoluto de Bolsonaro gera reação de advogados: ‘Abuso de poder’

Juristas denunciam abuso e antecipacão de pena em decisão do STF que impõe isolamento a Bolsonaro.
O Ex Presidente Da República Jair Bolsonaro O Ex Presidente Da República Jair Bolsonaro
O ex-presidente da República Jair Bolsonaro | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Movimento de juristas denuncia violação da dignidade e excesso nas restrições impostas pelo STF ao ex-presidente

O Movimento Advogados de se manifestou com veemência contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou domiciliar ao ex-presidente .

Em nota oficial divulgada nesta segunda-feira, 4, a entidade expressou dura crítica às restrições aplicadas, incluindo a proibição de contato entre e seus próprios filhos, exceto com autorização prévia do STF. Para o movimento, trata-se de um “ familiar absoluto“, sem que haja qualquer fundamentação concreta de risco real ou possibilidade de interferência nas investigações.

“Afronta diretamente o núcleo mínimo de dignidade que deve ser preservado mesmo em medidas cautelares”, escreveu a entidade.

A nota ainda ressalta que não há crime atribuído com sentença judicial definitiva contra o ex-presidente. Segundo os juristas, submeter Bolsonaro à prisão domiciliar com medidas consideradas extremas configura uma forma de “antecipação de pena“.

“O ordenamento jurídico não admite antecipação de pena, tampouco medidas que impliquem sofrimento desnecessário”, afirma o texto. “A imposição de restrição extrema e injustificada configura abuso de poder, com efeitos colaterais evidentes, como demonstrado pelo mal-estar de Carlos Bolsonaro, impedido de visitar o pai.”

Defesa de Bolsonaro rebate decisão de Alexandre de Moraes

Os advogados de Jair Bolsonaro também se posicionaram contra a determinação do STF, contestando a legalidade da prisão domiciliar. Eles afirmam que não houve qualquer violação de determinações judiciais anteriores por parte do ex-presidente.

“Cabe lembrar que na última decisão constou expressamente ’em momento algum Jair Messias Bolsonaro foi proibido de conceder entrevistas ou proferir discursos em eventos públicos'”, destacou a defesa. “Ele seguiu rigorosamente essa decisão.

Após a medida judicial, a Polícia Militar do Distrito Federal fechou o acesso à Esplanada dos Ministérios e à Praça dos Três Poderes, prevenindo possíveis manifestações organizadas em protesto contra a decisão do Supremo. Grupos já haviam convocado um buzinaço como forma de manifestação.


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