Ilha De Marajó: Nova Onda De Denúncias Reacende Debate Sobre Exploração Sexual Infantil

Cresce cobrança por medidas contra tráfico humano e exploração sexual infantil na Ilha de Marajó
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Cresce cobrança por medidas contra tráfico humano e exploração sexual infantil na Ilha de Marajó

A questão dos casos de tráfico humano e exploração sexual de menores na Ilha de Marajó, no Pará, está novamente em destaque, reavivando a demanda por ações eficazes de políticos, autoridades e instituições públicas. A discussão ganhou mais força após a divulgação de um vídeo em que a cantora Aymeê Rocha discute o desaparecimento de uma criança em sua música e denuncia a exploração sexual de crianças na área.

Na semifinal do Dom Reality, um show de talentos da indústria gospel, Aymeê Rocha apresentou a música “Evangelho de Fariseus”. Esta canção destacou a perturbadora realidade da Ilha de Marajó. A letra da música criticava a passividade dos líderes religiosos perante os problemas que a ilha enfrenta, incluindo casos de desaparecimentos e abuso sexual de crianças. Aymeê Rocha afirmou que as crianças são forçadas a se prostituir por valores tão baixos quanto R$5 para os turistas que visitam a região.

O tema chamou a atenção dos juízes do show, que felicitaram a artista por ter a bravura de tratar de um assunto tão sensível. “O que você tem para falar, muita gente não vai querer ouvir”, declarou um dos juízes.

Em 2019, a então ministra da Família e Direitos Humanos, Damares Alves, já havia chamado atenção para a Ilha de Marajó. Este local, que é o lar do município com o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, estava sob suspeita de um grande esquema de tráfico e prostituição de menores. Apesar disso, o programa de intervenção que ela lançou, chamado “Abrace o Marajó”, foi criticado por sua eficácia restrita.

Frente às alegações, entidades como o Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública interpelaram o governo federal, enquanto líderes do Pará pediram evidências das acusações levantadas por Damares Alves, as quais nunca foram reveladas. O Ministério Público Estadual iniciou uma ação civil pública contra a senadora, ao passo que o Ministério Público Federal solicitou uma reparação de R$ 5 milhões por danos sociais e morais coletivos.

Atualmente, com o ressurgimento da discussão, vídeos de residentes descrevendo casos de “exploração sexual de menores” na área estão circulando nas redes sociais. A Ilha de Marajó, no momento, é beneficiada pelo “Programa Cidadania Marajó”, posto em prática pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, com o objetivo de combater o tráfico e o abuso sexual de crianças e adolescentes.

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