Para jornalista, declaração do fundador do Facebook foi amplamente entendida como para o Brasil e o STF
O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, foi elogiado pelo jornalista e advogado constitucionalista Glenn Greenwald por sua menção, nesta terça-feira, 7, a ordens de censura sigilosas emitidas por alguns tribunais na América Latina.
No artigo divulgado no jornal Folha de S.Paulo, na quarta-feira, 8, Glenn enfatizou que embora possamos identificar oportunismo político nas palavras do empresário, “mas o comentário associado ao Supremo Tribunal Federal está correto”.
“Independentemente das motivações, há um ponto em que Zuckerberg está inegavelmente correto: em uma declaração amplamente entendida como direcionada ao Brasil e ao STF, o fundador do Facebook afirmou que ‘países latino-americanos têm tribunais secretos que podem ordenar que empresas removam conteúdos de maneira silenciosa’”, escreveu o jornalista.
‘Basta ler as ordens de Moraes’ para entender fala de Zuckerberg
Glenn esclarece que, mesmo que Zuckerberg não tenha mencionado diretamente o nome da Corte brasileira ou do ministro Alexandre de Moraes em sua declaração, “o motivo pelo qual esse comentário foi associado ao Brasil é simples: isso acontece no Brasil”.
Ademais, o repórter afirma que, para compreender a autenticidade das declarações de Zuckerberg em relação ao Brasil, é suficiente analisar as instruções de Moraes. A razão para isso é que ele solicitava às plataformas, de maneira inexplicada e confidencial, a exclusão “imediata” das contas de uma extensa lista de jornalistas, comentaristas e políticos, incluindo representantes eleitos como deputados e senadores.
“Ironicamente, os mesmos grandes veículos de mídia e autoridades governamentais que protestaram contra a nova política da Meta, alertando sobre os perigos da ‘desinformação’ — e insistindo que só eles podem definir a verdade — espalharam desinformação em resposta”, comentou o advogado e fundador do site The Intercept.
O texto continua: “Eles [parte da imprensa] acusaram Zuckerberg de fazer tal afirmação sobre o Brasil ‘sem evidências’, mas a verdade é exatamente o oposto: as evidências são claras e abundantes”. As informações são da Revista Oeste.