Deputado do PSOL, alvo de processo de cassação, protesta contra prêmio à principal opositora de Nicolás Maduro
O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) usou as redes sociais nesta sexta-feira (10) para criticar a escolha de María Corina Machado, líder da oposição venezuelana, como vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2025. A ativista foi reconhecida por sua luta pacífica pela democracia e pela resistência à ditadura de Nicolás Maduro.
Em publicação no X (antigo Twitter), Braga escreveu:
“Olha, que vergonha! A vencedora do Nobel da Paz é quem apoia a presença de embarcações militares dos EUA na costa da Venezuela pra ameaçar uma guerra contra o seu próprio país. María Corina Machado comentou a ação imperialista em tom elogioso dizendo: ‘Trump não está jogando’.”
O parlamentar, que responde a um processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara, é um dos nomes mais identificados com a ala radical da esquerda brasileira. Sua crítica expôs o desconforto de setores do PSOL e do PT com o reconhecimento internacional à opositora do regime chavista.
Nobel de Corina gera constrangimento na esquerda
A entrega do Nobel da Paz a María Corina Machado causou embaraço político entre aliados do governo Lula, que ao longo dos últimos anos mantiveram apoio diplomático a Maduro e relutam em classificar seu governo como ditadura.
A premiação foi anunciada pelo Comitê Norueguês do Nobel, que destacou o “trabalho incansável pela promoção dos direitos democráticos do povo venezuelano” e sua “luta pacífica pela transição da ditadura para a democracia”.
A atitude de Glauber Braga, porém, gerou forte reação nas redes sociais, inclusive entre seus próprios seguidores.
Seguidores criticam reação de Glauber: “Vergonha é defender ditador”
Nos comentários de sua postagem, muitos usuários reprovaram a declaração do deputado e o acusaram de defender um regime autoritário.
“Glauber, admiro seu trabalho, mas é impossível não se indignar com a ditadura de Maduro. Basta ir à Venezuela para ver o horror de um sistema que oprime o próprio povo”, escreveu um seguidor.
Outro internauta comentou:
“Você é mais inteligente do que isso. Defender Maduro é fechar os olhos para a repressão, a fome e a perseguição política que ele impõe ao seu país.”
Um terceiro lembrou o processo disciplinar que pode resultar na cassação do mandato do deputado:
“Vergonha é agredir um desafeto político nas dependências do Congresso e continuar se dizendo paladino da justiça.”
María Corina Machado: símbolo da resistência democrática
María Corina Machado, de 58 anos, é engenheira e ex-deputada da Assembleia Nacional. Tornou-se o principal rosto da oposição ao chavismo, especialmente após ter sido cassada e inabilitada politicamente em 2014 por desafiar o regime.
Em 2023, foi impedida de concorrer à Presidência após ser barrada pela Controladoria-Geral da Venezuela, decisão confirmada pelo Supremo Tribunal de Justiça, ambos subordinados a Maduro.
Nas eleições de 2024, apoiou Edmundo González Urrutia, apontado pela oposição e por observadores independentes como o verdadeiro vencedor da disputa, embora o regime tenha mantido Maduro no poder após denúncias de fraude.
O Comitê do Nobel ressaltou o papel de María Corina como “exemplo de resistência não violenta”, afirmando que ela “inspira milhões de pessoas a acreditar em uma transição pacífica para a democracia”.
Quem é Glauber na fila do pão?
Esse indivíduo tá mais sujo que “pau de galinheiro”, aí ele senta em cima do próprio rabo pra criticar o rabo alheio.
O prêmio dado a Marina destrói a esquerda da América do Sul..Não tem como negar que ela luta pela democracia do seu país e mostra claramente que a Venezuela é uma ditadura.Para a esquerda brasileira é uma morte.
Gosto do Trump,mas amei que o prêmio fosse dado a Corina.Foi uma pedrada na cabeça da esquerda.(principalmente a esquerda brasileira)Estão num silêncio ensurdecedor.Foi declarado mundialmente que a Venezuela é uma ditadura sangrenta.