Cálculo não levou em conta os gastos de políticos como o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que não divulgou suas despesas
O 12° Fórum Jurídico de Lisboa, em Portugal, contou com a presença de 30 congressistas brasileiros, para cujo envio a Câmara dos Deputados e o Senado Federal desembolsaram pelo menos R$ 600 mil. O evento, que ocorreu na capital portuguesa de 26 a 28 de junho, foi promovido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.
O valor médio dos bilhetes foi R$ 14,7 mil. Os custos flutuaram dependendo dos parlamentares, que adquiriram passagens de R$ 4.314 a R$ 28,5 mil. O mais caro foi para Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). A duração das estadias em hotéis também variou de 2,5 a até sete dias.
Os custos são mais elevados, contudo, não é possível calcular com precisão devido à ausência de transparência de figuras políticas, por exemplo, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que não tornou suas despesas públicas. Lira estava presente na inauguração do evento.
Apenas oito dos 25 deputados federais e cinco senadores com despesas pagas pelo Congresso estavam na programação oficial como “palestrantes” ou “debatedores”.
Os portais de transparência forneceram dados que indicam a participação de pelo menos 160 autoridades, entre as quais estão incluídos o governador de Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), e a primeira-dama, Karynne Sotero.
Falta de transparência e participação dos deputados
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, os deputados Eduardo da Fonte (PP-PE) e Lula da Fonte (PP-PE) não apareceram em nenhuma lista de mesas do evento. Dudu, em suas redes sociais, não falou sobre a viagem, mas seu filho compartilhou imagens ao lado do ex-presidente Michel Temer (MDB), declarando seu orgulho em representar Pernambuco. A Folha tentou entrar em contato com ambos, porém não recebeu resposta.
A Faculdade IDP, pertencente a Gilmar, realiza o fórum em colaboração com a FGV Justiça e a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
Custos das passagens aéreas
Deputados como Lafayette de Andrada (Republicanos-MG) e Felipe Carreras (PSB-PE) argumentaram que os preços elevados dos bilhetes foram devido à data próxima de compra.
“Era a passagem disponível no dia da reserva e foi comprada muito próxima à data da viagem”, afirmou Carreras. Andrada também destacou que a passagem foi a mais barata na data da compra.
O senador Ângelo Coronel (PSD-BA) encabeçou os gastos entre as diárias, desembolsando R$ 22,2 mil por sete delas. De acordo com a sua assessoria, a justificativa para a diferença no número de diárias seria sua participação em um workshop antes do Fórum Jurídico. A média de custo das diárias foi de R$ 2,5 mil por parlamentar, com variações baseadas no câmbio.
Atividades paralelas e festividades
O acontecimento, batizado de “Gilmarpalooza”, contou com diversas ações simultâneas promovidas por grupos de negócios. Flávio Rocha, da Riachuelo, apoiou o evento com uma recepção em seu residencial, enquanto João Camargo, do grupo Esfera, preparou um jantar para celebrar o aniversário de Lira.
Participação de outras autoridades
Os responsáveis pelo evento garantem que o financiamento foi realizado sem a ajuda de outros patrocinadores, no entanto, não deixam claros os custos. Existe um debate acerca de quem arcou com os gastos dos convidados. O IDP nega o pagamento de qualquer despesa, enquanto o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmam que a FGV cobriu parte dos custos.
O Fórum teve a participação de personalidades do Congresso como Ciro Nogueira (PP-PI), Jaques Wagner (PT-BA) e Elmar Nascimento (União Brasil-BA), além de Lira. Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, foi convidado, porém não esteve presente. As informações são da Revista Oeste.
Bando de canalhas ladrões dos recursos públicos! Enquanto crianças morrem por falta de recursos públicos em hospitais, esses malditos fazem orgia em Portugal! Merecem todos irem para o pelotão de fuzilamento!