Governo Lula amplia presença militar em Pequim com envio de oficiais de alto escalão e reforça cooperação estratégica com o regime chinês
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva prepara a ampliação da presença militar brasileira na embaixada em Pequim, com a nomeação do general Rovian Alexandre Janjar como novo adido do Exército e da Defesa. O oficial deverá assumir o posto em dezembro, segundo informações divulgadas nesta quarta-feira (6).
A nomeação ocorre em meio ao reforço da cooperação bilateral entre Brasil e China, considerado estratégico pelo governo brasileiro. O Itamaraty, inclusive, está ampliando seu espaço físico na embaixada para comportar a nova equipe.
China recebe cinco militares brasileiros, além de Receita e PF
Além do general Janjar, o governo Lula designará um contra-almirante como adido naval, mantendo o coronel já atuante como adido aeronáutico. Os atuais adidos do Exército e da Marinha continuarão na missão como adjuntos, somando cinco militares na representação.
Também estão previstas as chegadas de representantes da Receita Federal e da Polícia Federal, o que reforça o caráter multidisciplinar da missão.
Medida segue modelo semelhante ao da embaixada nos EUA
Esse novo formato, com oficiais-generais como adidos, só tinha precedente na embaixada brasileira em Washington, onde cada Força é representada por um general, além de adjuntos de patentes inferiores. O posto de subcomandante do Exército Sul dos EUA é, inclusive, reservado a um oficial-general brasileiro.
A decisão foi formalizada em junho, com a assinatura de um decreto conjunto de Lula, do ministro da Defesa, José Mucio, e do chanceler Mauro Vieira. A medida foi tomada três semanas após a visita oficial de Lula à China.
China celebra cooperação e destaca dimensão estratégica
Ao jornal Folha de S.Paulo, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Guo Jiakun, declarou:
“A China está disposta a trabalhar com o Brasil para aprofundar continuamente a cooperação em diversas áreas e agregar novas dimensões estratégicas”
Aproximação militar com a China ocorre após viagem de Tomás Paiva
A nomeação do general Janjar vem um ano após a visita do comandante do Exército, general Tomás Paiva, à China, onde se reuniu com o ministro da Defesa chinês e o comando do Exército de Libertação Popular. Ele também conheceu a empresa de defesa Norinco.
Para o coronel da reserva Paulo Filho, analista militar e membro da comitiva de Paiva, a medida reflete um movimento natural:
“É um movimento natural, que vem sendo amadurecido já há alguns anos e que reflete a realidade atual do sistema internacional.”