Ativistas anticorrupção dizem que as decisões são prejudiciais ao estado de direito no Brasil
O Financial Times, um jornal britânico, divulgou um artigo discutindo as últimas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil que anulou condenações de personalidades proeminentes da Operação Lava Jato. De acordo com o jornal, essas ações são um “duro golpe” no legado da investigação do maior escândalo de corrupção do Brasil.
Na terça-feira passada à noite (21), o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou uma sentença de 2017 contra o ex-deputado e ex-ministro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José Dirceu, com a justificativa de que o período de prescrição já havia se esgotado. Uma outra decisão que gerou comentários foi a de Dias Toffoli, que anulou as sentenças contra o empresário Marcelo Odebrecht. Este havia sido condenado em 2016 por delitos como suborno e lavagem de dinheiro.
O texto ressalta que as decisões recentes são mais um “prego no caixão” da Lava Jato, uma operação iniciada em 2014 que expôs um escândalo de subornos envolvendo a empresa estatal Petrobras. O caso foi descrito pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos como o “maior caso de suborno estrangeiro da história”. Segundo os investigadores, um grupo de empresas de construção estava subornando funcionários e executivos da Petrobras para conseguir contratos.
O professor associado da Universidade Johns Hopkins, Filipe Campante, expressou ao Financial Times que essas decisões representam uma “simbólica da derrota e reversão total” da Lava Jato. Ele afirmou que “antes da Lava Jato, era impensável que certos jogadores fossem presos”.
Em ação os 11 defensores da bandidada