Famílias São Expulsas por Traficantes de Residenciais do Minha Casa Minha Vida em Salvador 

Imóveis subsidiados pela Caixa Econômica Federal seriam vendidos para financiar o Bonde do Maluco, grupo aliado do PCC

Os residentes do Conjunto Fazenda Grande II, que faz parte do programa de habitação federal “Minha Casa Minha Vida” em Salvador, denunciam que os imóveis subsidiados pela “Caixa Econômica Federal” são controlados por traficantes.

A partir de 3 de janeiro, famílias têm reportado ao jornal Correio 24 Horas sobre expulsões forçadas. Elas sustentam que as propriedades estão sendo revendidas ou locadas para financiar o “Bonde do Maluco” (BDM) – um grupo associado ao “Primeiro Comando da Capital” (PCC).

“Corretores do tráfico” vendem imóveis ilegalmente 

De acordo com a publicação, quatro indivíduos – identificados como Thiaguinho, “Demenor”, Netinho e Danone – são atribuídos como os autores da remoção de parentes e amigos de policiais dos 27 blocos do conjunto habitacional. Após a expulsão, as unidades habitacionais são vendidas online, com transações realizadas em dinheiro.

Segundo relatos de ex-residentes à equipe de reportagem, Thiaguinho é o líder da operação e suas ordens são seguidas sob a ameaça de morte. Eles declararam ao Correio 24 Horas: “São matadores”.

Beneficiários do Minha Casa Minha Vida relatam momentos de tensão 

Aqueles que foram beneficiados pelo programa habitacional temem as implicações legais da venda compulsória de suas propriedades devido ao domínio do tráfico na área. O acordo estabelecido com a Caixa impede a venda ou o aluguel antes do pagamento total do empréstimo. Mesmo sendo expulsos, alguns ex-residentes continuam pagando as parcelas com a esperança de reaver suas moradias.

Aqueles que continuaram no grupo relatam um crescimento na violência, a intimidação por parte dos criminosos e o isolamento. Os traficantes estabelecem normas estritas, como a restrição de solicitar serviços públicos sem permissão.

“Se tiver algum problema familiar ou desentendimento entre vizinhos, ninguém pode chamar a polícia”, relatam os moradores, que também são obrigados a manter as portas abertas e a esconder criminosos em caso de operações policiais. As informações são da Revista Oeste.