Unidade da Solar Bebidas em Maracanaú suspende produção após inspeção identificar possível contaminação cruzada por etanol
A fábrica da Coca-Cola localizada em Maracanaú (CE) suspendeu preventivamente suas atividades após o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) identificar componentes típicos de refrigerantes no sistema de resfriamento da linha de envase — como cafeína misturada com etanol de grau alimentício.
A unidade é operada pela Solar Bebidas, uma das maiores engarrafadoras da Coca-Cola no Brasil, controlada pelo Grupo Jereissati, de propriedade do ex-senador Tasso Jereissati (PSDB).

Produção suspensa e lote retido para análise
A paralisação ocorreu na terça-feira (3) e envolveu a retenção de cerca de 9 milhões de litros de bebidas, que não chegaram a ser comercializados. Todo o lote está sendo submetido a análise laboratorial, cujos resultados serão divulgados na próxima semana pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária.
Até o momento, laudos preliminares apresentados pela fábrica não indicaram a presença de substâncias tóxicas.
Foco é comercial, e não toxicológico, diz Ministério
Segundo o MAPA, o álcool presente no sistema é de grau alimentício, o que significa que não oferece risco toxicológico à saúde humana. Caso a contaminação cruzada seja confirmada, o episódio será classificado como problema de ordem comercial, e não sanitária.
Solar Bebidas é gigante no setor
A unidade de Maracanaú integra a antiga Norsa Refrigerantes, hoje uma das cinco plantas industriais da Solar Bebidas. A empresa atua nos estados do Ceará, Bahia, Piauí e Rio Grande do Norte, sendo uma das maiores franqueadas da Coca-Cola no mundo.
A empresa mantém auditorias internas e externas e possui certificações internacionais, como a ISO 9001 e a FSSC 22000.
Durante a paralisação, as licenças de funcionamento continuam válidas. As demais unidades da Solar seguem operando normalmente.