Ex-presidente do BC que fez o ‘L’ fica ‘perplexo’ com rejeição de Lula à responsabilidade fiscal

Para Armínio Fraga, os ataques de Lula ao Banco Central indicam “retrocesso” e “um país sem rumo”
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Ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, no Jornal Gente. Foto: Captura/YouTube

Para Armínio Fraga, os ataques de Lula ao Banco Central indicam “retrocesso” e “um país sem rumo”

Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, expressou sua perplexidade em entrevista ao Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes/TV Bandnews. “Estou perplexo”, disse ele, referindo-se aos ataques do presidente (PT) a Roberto Campos Neto, o atual presidente do Banco Central, e ao que ele considera ser uma “rejeição à noção de responsabilidade fiscal” por parte do atual governo petista.

Fraga, que atuou como Presidente do Banco Central durante o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso de 1999 a 2003, declarou que a disputa de Lula com o BC é uma indicação de que o Brasil está “sem rumo”. Além disso, ele descreveu as ideias da atual gestão petista como “velhas”.

Retrocesso

“Essa briga com o Banco Central – que inclusive aumentou juros durante o final do governo anterior, foi um trabalho profissional, foi técnico – mostra um retrocesso”, afirmou Armínio Fraga. “A meu ver indica um país que está um pouco sem rumo. É preciso reconhecer que a política não é fácil, mas as ideias que vem surgindo sobre uma estratégia de desenvolvimento do Brasil são velhas”, afirmou ele aos jornalistas Cláudio Humberto, Pedro Campos e Sônia Blota, no Jornal Gente.

“Parece que muita coisa que deu certo no passado, hoje em dia foi deletado da memória”, criticou. “Essa atuação de crítica feroz ao Banco Central desde o início a assim como uma rejeição surpreendente a noção de responsabilidade fiscal… eu estou muito perplexo com essa história”.

Aumento de juros e problema ‘de cima’

O antigo líder da entidade financeira federal acredita que as críticas de Lula ao Banco Central representam um “desperdício de energia” e que, para o Brasil e principalmente para os pobres – os maiores prejudicados por uma política fiscal e econômica desastrosa – seria muito mais econômico.

Armínio Fraga, embora concorde com a decisão do Banco Central de interromper os cortes e manter a taxa de juros, também expressou que a instituição precisa atualmente “começar a pensar em aumentar” os juros, e afirmou também que há espaço para melhorar [a atuação política em torno dessa decisão] por que “o problema, a meu ver, vem de cima”. As informações são do Diário do Poder.

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