Ação foi coordenada entre os governos de Trump e da República Dominicana
O governo dos Estados Unidos, sob a liderança do presidente Donald Trump, confiscou um segundo avião pertencente ao regime de Nicolás Maduro, que se encontrava na República Dominicana.
A operação foi formalizada nesta quinta-feira (6), quando um promotor dominicano e um representante das forças de segurança dos EUA colaram um cartaz com a palavra “incautado” no Dassault Falcon 200, de matrícula YV-3360, que ostentava a bandeira venezuelana.
O senador Marco Rubio, um dos principais defensores de sanções contra Maduro, acompanhou pessoalmente a apreensão, que ocorreu em uma pista militar na capital, Santo Domingo.
Avião já havia sido apreendido, mas processo foi concluído após posse de Trump
O avião era utilizado pela vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, e havia sido apreendido inicialmente no ano passado, sob a administração de Joe Biden. Entretanto, a confirmação do confisco pelos EUA só ocorreu agora, após a posse de Trump.
Rodríguez não estava na aeronave no momento da apreensão.
Segundo documentos oficiais, o Dassault Falcon 200 foi utilizado por Nicolás Maduro e seus principais assessores, incluindo o ministro da Defesa e o vice-presidente da Venezuela, para viagens a países como:
✔ Grécia
✔ Turquia
✔ Rússia
✔ Cuba
Os EUA consideram que esses deslocamentos violam sanções impostas contra a Venezuela.
Além disso, o governo norte-americano revelou que a aeronave foi usada em 2019 pelo então ministro do Petróleo, Manuel Quevedo, para participar de uma reunião da OPEP nos Emirados Árabes Unidos.
Disputa interna no governo Trump sobre a política para a Venezuela
A apreensão do avião acontece em um momento em que há visões conflitantes dentro do governo Trump sobre a estratégia em relação ao regime de Maduro.
Por um lado, alguns funcionários tentam negociar com Maduro sobre questões migratórias, enquanto outros, como Rubio, defendem uma postura mais rígida e agressiva.
Na semana passada, o enviado especial Richard Grenell conseguiu garantir a libertação de seis cidadãos americanos que estavam presos na Venezuela. Em troca, Maduro se comprometeu a aceitar voos de deportação de imigrantes ilegais enviados pelos EUA.
No entanto, Rubio tem pressionado pelo retorno da estratégia adotada por Trump em seu primeiro mandato, que incluía sanções severas contra a Venezuela e o reconhecimento de Juan Guaidó como líder legítimo do país.
Primeiro avião confiscado pelo governo Biden
A administração Biden já havia confiscado outro avião venezuelano no ano passado, alegando que a aeronave havia sido comprada e operada em violação às sanções. Assim como agora, o primeiro avião também foi inicialmente retido na República Dominicana.
Na ocasião, o governo de Maduro considerou a apreensão ilegal e criticou a ação dos EUA.
Impacto nas negociações entre EUA e Venezuela
O primeiro voo com deportados dos EUA ainda não chegou à Venezuela, e não está claro se o anúncio da apreensão afetará o acordo entre Washington e Caracas.
Os dois países ainda estão negociando detalhes logísticos sobre esses voos.
Posição dos EUA sobre as eleições venezuelanas
Os Estados Unidos não reconhecem Maduro como presidente legítimo da Venezuela. Após a eleição de 28 de julho de 2024, tanto Joe Biden quanto Donald Trump declararam que o opositor Edmundo González Urrutia foi o verdadeiro vencedor do pleito.
González Urrutia compareceu à posse de Trump em Washington, mas ainda não se encontrou com o novo presidente nem com o senador Marco Rubio.
A nova administração dos EUA deve continuar adotando sanções e pressões sobre Maduro, ao mesmo tempo em que negocia acordos migratórios e diplomáticos com Caracas.