Estadão critica governo Lula: “eficaz na arte de vender ilusões” 

Jornal publicou editorial criticando política fiscal da gestão lulopetista
Lula Ao Lado Do Ministro Da Fazenda Fernando Haddad 768x511 Lula Ao Lado Do Ministro Da Fazenda Fernando Haddad 768x511
Foto: EFE/ Andre Borges

Jornal publicou editorial criticando política fiscal da gestão lulopetista

Em um editorial que critica a política fiscal da administração de (PT), O Estado de S. Paulo sugeriu que o presidente é “eficaz na arte de vender ilusões”, já que supostamente segue “a regra número um do manual do demagogo”, que é “mascarar a expansão de gastos”, “obrigando a sociedade a pagar a conta” depois de concluir seu mandato. Utilizando dados da pesquisa da FGV Ibre, a publicação afirma que o disfarce dos gastos excessivos estava diminuindo após um pico durante o governo Dilma, porém agora parece ser ilimitado com a nova administração de Lula.

No texto intitulado A Conta da Política Fiscal, o jornal observa que a estratégia dos populistas consiste em “rifar o crescimento sustentável no futuro para fabricar um bem-estar efêmero no presente”. E aponta que, embora o governo atual se queixe por ter herdado despesas contratadas sem fontes de financiamento por parte da gestão antecessora – comandada pelo ex-presidente (PL) -, o lulopetismo é o “grande responsável pela disfuncionalidade fiscal cujo preço se vê, por exemplo, nas cotações do dólar”. 

“A contabilidade criativa vinha sendo reduzida nos últimos ciclos eleitorais. O déficit real de 0,7% do PIB, ao final de seu mandato [de Jair Bolsonaro], foi de 1,2% ao final de Dilma 2/Temer e de 3,5% ao final de Dilma 1 (1,8% de déficit primário, mais 1,7% de gastos ocultos). Para piorar, o período pré-eleitoral em Dilma 1 foi marcado por fortes intervenções no câmbio para baixar momentaneamente os preços das importações, o que não aconteceu nem no governo Temer, nem no governo Bolsonaro” apontou o jornal. 

O Estadão também destacou que Dilma apenas “só agravou a degradação herdada de seu criador”, indicando que a situação fiscal “deteriorou continuamente” durante os primeiros governos de Lula, após a estabilidade resultante da reestruturação fiscal do governo de FHC (Fernando Henrique Cardoso).

“Nos últimos anos houve, como diz Haddad, aumentos de despesas obrigatórias sem fonte de financiamento, como no Bolsa Família, Fundeb ou emendas parlamentares, todos apoiados pelo PT. Ainda assim, o gasto primário do biênio 2021-2022, de 18,1% do PIB, foi inferior aos 19,5% de 2019, pois o salário mínimo e os gastos com saúde e educação eram ajustados pela variação da inflação, portanto, sem aumento real” apontou o periódico. 

Segundo o jornal, os pesquisadores da FGV Ibre pontuam que o governo Bolsonaro “fez uma ‘escolha’ para acomodar a elevação das despesas, e, se o modelo tivesse sido mantido nos quatro anos subsequentes, teria criado um espaço fiscal de 1 ponto porcentual do PIB. Já o governo Lula ‘não fez escolha nenhuma’”. 

“O salário mínimo agora é reajustado pela inflação e pelo crescimento do PIB, enquanto as despesas com saúde e educação voltaram a ser vinculadas às receitas. A arrecadação aumentou, mas os gastos aumentaram mais e 2023 voltou a registrar um déficit de 1,6%. Para piorar, o governo elevou gastos parafiscais – como bolsas para estudantes ou empréstimos via fundos públicos –, que não passam pelo Orçamento, mas pressionam a dívida” apontou. 

No final do seu artigo, o veículo de mídia lembra das palavras de Lula quando Bolsonaro fez um aumento temporário no Bolsa Família em 2022. Lula comparou a medida a um sorvete, dizendo: “chupou, acabou; fica com o palito na mão”. No entanto, ao retornar à Presidência, o líder do Executivo estaria criando ainda “mais sorvetes, com novos sabores, adiando para 2027 um ajuste fiscal amargo”. O jornal encerrou com um chamado para a sociedade punir os políticos populistas nas urnas eletrônicas.

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