Diretório tucano de São Paulo teria filiado prefeitos e vice-prefeitos fora do prazo para assegurar mais votos
A escalada na animosidade entre as campanhas dos governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e de São Paulo, João Doria, chegou a um novo patamar nesta quinta-feira, 21. Aliados do gaúcho, os diretórios estaduais do PSDB do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Ceará e Bahia entraram com uma representação contra a seção paulista do partido por suspeita de fraudes nos registros de novos filiados. A denúncia foi protocolada no diretório nacional da legenda, em Brasília.
Segundo os aliados de Leite, o PSDB de São Paulo filiou mais de 90 prefeitos e vice-prefeitos do Estado fora do prazo estabelecido pelo regimento do partido, para que os novos integrantes pudessem votar nas prévias tucanas programadas para o dia 21 de novembro. Segundo uma resolução interna, apenas filiados até o dia 31 de maio de 2021 podem participar das prévias.
“É uma denúncia grave. Isso é uma tentativa de fraude do processo eleitoral”, acusou o deputado Paulo Abi Ackel (PSDB-MG), apoiador de Leite. Segundo ele, o ato do PSDB paulista foi uma “suposta tentativa de fabricar eleitores”.
Na representação contra o diretório de São Paulo, os aliados do governador gaúcho pedem à direção nacional do partido a abertura de uma “investigação interna” e a “exclusão imediata” dos recém-filiados das prévias, além de encaminhamento de denúncia ao Ministério Público Eleitoral por “eventual fraude e falsidade ideológica”.
Eduardo Leite e João Doria disputam a indicação do PSDB para a eleição presidencial de 2022. Além dos dois governadores, o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio também participará das prévias.